A Polícia Civil continua as investigações de um ataque ao bar Distrito 1340 no bairro Campina do Siqueira, em Curitiba, no último sábado (22). Quatro pessoas foram esfaqueadas por um homem de 27 anos. Mauri José Glus, 49 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O suspeito de ser o autor do crime, um rapaz de 27 anos, está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Em depoimento, ele disse que teve um surto e não se lembra do ocorrido.
Duas mulheres que foram esfaqueadas tiveram ferimentos leves e foram atendidas ainda no dia do crime. Já o outro homem esfaqueado ficou em estado grave, mas recebeu alta nesta segunda (24), segundo a polícia.
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O delegado José Vitor Pinhão concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (25) para falar sobre o caso. Até o momento, a investigação colheu depoimentos dos funcionários do bar, e na próxima etapa deve ouvir familiares e outros conhecidos do suspeito.
Após ouvir todas as testemunhas, a polícia vai trabalhar para entender a motivação do crime.
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Quando o crime aconteceu
Segundo o delegado, o ataque ocorreu por volta de 00h40 de sábado (22). O suspeito chegou no bar por volta de 21h da sexta-feira (21), e consumiu duas cervejas no local.
Os funcionários contaram que ele não parecia alterado, e estava tranquilo durante o tempo que permaneceu no bar.
Suspeito afirmou que tomava remédio e tinha sido expulso de casa
Ao delegado, o suspeito contou que fazia uso de remédio controlado mas, naquele dia, não tomou a dose. Ele disse que dias antes tinha sido expulso de casa pela mãe. Na quinta-feira (20) ele se hospedou em um flat na cidade e, na sexta (21), deixou o local. Horas depois, foi para o bar.
Garçom do bar viu facas dentro de mochila do suspeito antes de ataque
Em depoimento, um dos garçons do Distrito 1340 afirmou que chegou a ver as facas do suspeito dentro de uma mochila instantes antes do ataque. O funcionário contou que, quando foi comunicar o fato para a gerência do bar, ocorreu o atentado.
Com o suspeito, a polícia apreendeu seis facas. O delegado José Vitor Pinhão afirmou que o rapaz disse que trabalha como chef de cozinha e, como prefere trabalhar com o próprio material, carregava as facas na mochila.
O jovem não foi revistado. De acordo com o estabelecimento e a polícia, o bar fica em um centro comercial que oferece vários serviços, e não há lei que obrigue a revista.
Suspeito distribuiu livros sobre crimes no bar
Antes de atacar os clientes, o autor teria distribuído três livros que falam de crimes. Um deles fala sobre um adolescente que comete um crime para impressionar a mãe. De acordo com o delegado José Pinhão, a história é similar com o fato investigado, e a família do rapaz será ouvida.
Vítimas que estavam no bar não interagiram com suspeito antes do ataque
O delegado Pinhão afirmou que a polícia descartou a hipótese de que o suspeito teria atacado as vítimas após ser repreendido por acender um cigarro.
De acordo com o delegado, não houve nenhum tipo de interação das vítimas com o suspeito. Inclusive, o fato ocorreu na área externa do bar, onde seria permitido fumar.
As imagens que registraram o crime mostram que o ataque ocorreu aparentemente do nada e sem discussão.
Polícia investiga motivação do suspeito
O delegado José Victor Pinhão afirmou que, após serem ouvidas todas as testemunhas, a polícia vai tentar entender a motivação do suspeito.
Um das hipóteses é que ele queria tirar a própria vida. Quando os seguranças do bar conseguiram conter o rapaz, ele teria pedido para que eles o matassem.
Outra linha é de que o crime teria sido premeditado para matar outras pessoas. Porém, a polícia ainda não confirma nenhuma hipótese. A mãe, outros familiares, o local onde o rapaz se hospedou e onde ele trabalhava serão ouvidos. “Até para ver se ele falava em se matar, como era o relacionamento dele no trabalho e com outras pessoas junto à família”.
“A princípio ele alegou que teve um surto e não se lembrava de nada, mas a questão é se tinha alguma premeditação dele. Isso vai ser averiguado no curso das investigações”, explica o delegado Pinhão.
Próximos passos da investigação
Além dos familiares e conhecidos do suspeito do crime, a polícia também vai ouvir as três pessoas que ficaram feridas. As vítimas vão passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
O suspeito do ataque também deve ser ouvido novamente nos próximos dias.