A Polícia Civil começou a ouvir nesta sexta-feira (4) os familiares de Suellen Rodrigues, 29 anos, morta na frente de uma escola em Curitiba na última segunda-feira (31). O principal suspeito de cometer o crime é o advogado e ex-policial civil Jaminus Quedaros de Aquino, ex-marido da vítima. Ele foi preso de forma preventiva nesta quinta (3).
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No momento em que foi morta, Suellen deixava os filhos, de 7 e 10 anos, em uma escola municipal no bairro Uberaba. As crianças presenciaram o crime cometido pelo próprio pai.
A delegada Vanessa Alice, que acompanha o caso, deu mais detalhes sobre os depoimentos. Segundo ela, a partir de relatos da irmã, do pai e de uma amiga de Suellen, foi possível confirmar que a vítima sofria violência doméstica e ameaças há pelo menos cinco anos. Até mesmo a família da mulher era intimidada por Aquino.
Suellen havia pedido a separação em setembro, quando morava em Prudentópolis. O ex-marido não aceitou a separação, e as ameaças continuaram, segundo os relatos.
A vítima chegou a pedir medida protetiva e, seis dias antes do crime, foi expedido um mandado de prisão preventiva contra o ex-policial. Suellen veio para Curitiba fugir de Aquino mas, no primeiro dia de aula dos filhos, ela foi morta pelo ex-marido.
De acordo com a delegada Vanessa Alice, Aquino efetuou ao todo cinco disparos – quatro contra Suellen e um contra o filho de 10 anos. O tiro não atingiu a criança porque a mãe bateu na arma.
Agora, a partir da prisão de Jaminus Aquino, a delegada tem dez dias para concluir o inquérito. O ex-policial civil deve responder por feminicídio e tentativa de homicídio.
Relembre o caso
Na última segunda-feira (31) Suellen deixava as crianças para o turno da tarde na Escola Municipal Donatila Caron dos Anjos. A vítima era de Prudentópolis, e estava em Curitiba há poucos dias para fugir do ex-marido. Ela foi surpreendida por Jaminus na porta da escola.
O homem acertou pelo menos três tiros na vítima – o crime foi cometido na frente dos filhos do casal. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento exato do crime e é possível ver que uma das crianças sai correndo, enquanto a outra permanece imóvel e assiste à mãe perder a vida pelas mãos do próprio pai.
Como os filhos do casal não têm parentes em Curitiba, o Conselho Tutelar foi acionado para amparar as crianças.