Uma moradora de um condomínio localizado na Cidade Industrial de Curitiba denunciou ofensas racistas que vem sofrendo de uma vizinha há pelo menos um ano. A agressora, uma jovem de 18 anos, chegou a ser presa no último sábado (12) após ser gravada chamando a vítima de ‘preta encardida’.
No vídeo, registrado pelo filho da vítima, as duas mulheres discutem e a agressora, aos gritos, diz “você veio lá da p* que p*”, e “preta encardida”. Ela ainda chama o filho da moradora de “veado”. Assista:
A vítima é a professora de educação infantil Katiussia Graziella, que é casada e tem dois filhos, de 8 e 15 anos. Em entrevista à reportagem da Rede Massa | SBT, ela contou que tudo começou em agosto do ano passado, quando a jovem, chamada Kamila, era ainda menor de idade. A professora afirma ter se desentendido com uma tia da moça após uma briga entre os filhos menores delas. Nesse episódio, Kamila teria pedido para bater em Katiuscia, mas a tia a conteve.
Desde então, segundo a vítima, ela foi vítima de injúria racial todas as vezes que encontrava Kamila no condomínio, com a jovem a xingando de “neguinha feiosa” e “neguinha vagabunda”. Katiuscia não denunciou as agressões, até uma situação que ocorreu em setembro deste ano: enquanto ela andava com o marido no condomínio, Kamila cuspiu no rosto dela e a agrediu. O momento foi registrado por câmeras de segurança:
Katiuscia registrou boletim de ocorrência por causa do cuspe, agressões e ofensas racistas. Porém, na época Kamila ainda tinha 17 anos e, segundo a vítima, não aconteceu nada com ela.
Até que, no último sábado (12), a professora foi parada novamente por Kamila enquanto ela voltava da igreja com o filho adolescente. Além das ofensas racistas e homofóbicas, as imagens (vídeo acima) também mostram Katiuscia falando para a jovem que ela agora era maior de idade e que algo poderia acontecer. Em determinado momento, Kamila dá um tapa em Katiuscia, que revida. A vítima diz ainda que ela foi ameaçada de morte pela moça.
Depois da briga no condomínio, Katiussia chamou a polícia e Kamila foi presa. Após dois dias, ela foi solta depois de audiência de custódia.
A jovem deve responder pelo crime de injúria racial.