Defesa nega excesso de produto em cliente que morreu após tatuagem

A defesa do tatuador de um cliente que morreu após uma sessão de tatuagem em 2021, em Curitiba, nega que o profissional tenha usado em excesso a pomada anestésica. O laudo da morte de David Luiz Porto Santos, 33 anos, aponta que pode ter havido intoxicação por lidocaína.

O tatuador (à esquerda) prestou depoimento nesta terça-feira (16). Fotos: Vinícius Rangel/Rede Massa e Reprodução/Rede Massa

O investigado, o tatuador José Manoel, foi intimado a prestar depoimento nesta quinta-feira (16). Ele ficou em silêncio e afirmou que irá falar sobre o caso apenas se houver denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR).

A defesa do tatuador disse que ele teria borrifado apenas uma vez o anestésico.

“Ele começou a sentir muita dor e foi passada sim a lidocaína. Um spray, uma única passada. Não tem esse excesso, como é posto”, afirmou a advogada Graciele Queiroz.

Na fase final da investigação, a defesa de José Manoel tenta comprovar que o tatuador não é o culpado da morte de David. A advogada também disse, que, desde o ocorrido, ele prestou assistência à família e colaborou com as investigações.

Defesa diz que cliente morto durante tatuagem pode ter usado outros remédios

A advogada Graciele Queiroz também disse que testemunhas afirmam que David usava anabolizantes e o medicamento ‘Roacutan’, que trata acne grave. A defesa deve tentar pedir um novo laudo para atestar se a morte do cliente não seria uma possível reação destes remédios controlados com a lidocaína.

Apesar da alegação da defesa, o delegado Wallace Brito, responsável pela investigação, afirma que a polícia se baseia no laudo que, apesar de ter classificado como ‘indeterminada’ a causa da morte, indicou apenas a presença de lidocaína no corpo.

Homem morre após tatuagem em Curitiba

David foi até um estúdio de tatuagem para fazer um desenho que iria cobrir todo o braço esquerdo. No dia da sessão, a esposa do homem o acompanhou até o local.

Foto: Reprodução | Rede Massa

Depois de quase oito horas de produção, o tatuador aplicou uma pomada anestésica em todo o braço de David. Segundo o relato da esposa, nesse momento, o marido disse para o profissional que sentiu a pressão baixar. O tatuador teria dito que a sensação fazia parte do processo.

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A mulher percebeu que havia algo errado, mas não teve tempo de socorrer o marido. De acordo com o depoimento, pouco tempo depois as pupilas de David dilataram e ele começou a ter um convulsão. A vítima chegou a ser encaminhada para o hospital, mas já estava morta.

A esposa de David também afirma que a aplicação do medicamento foi sem a permissão dela e do marido. Conforme a investigação da Polícia Civil, a pomada foi receitada por uma médica veterinária. Ela foi chamada para depor na delegacia.

Em depoimento, a mulher afirma que não tem envolvimento com o caso. O delegado Wallace Brito conta que o tatuador admitiu o uso do produto sem permissão médica.

Ele pode ser indiciado por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. Se condenado, o homem pode ficar preso por até três anos.

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