Projeto planeja transformar Campus da UEL em cidade inteligente

O Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está com uma proposta para tornar o Campus Universitário em um modelo de cidade inteligente (smart city) para criar e experimentar novas possibilidades de vivência no meio urbano. O projeto é chamado de “Explorando metodologias de projeto no Smart Campus UEL: a implementação de um laboratório vivo, informacional e afetivo”.

Foto: Jaelson Lucas/AEN

O Campus é facilmente associado a uma cidade, segundo o coordenador do projeto, Rovenir Bertola Duarte, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, do CTU. “Tem pessoas, sistema de transporte, rua, iluminação, espaço de alimentação, estacionamento”, afirma. Por este motivo, ele diz, é um local que pode simular ações antes de elas serem implantadas nas cidades.

O que dá mais facilidade à investigação, é que a população do espaço, ou seja, a comunidade universitária, formada por alunos, professores e servidores, é engajada para novas tecnologias e há o interesse do próprio espaço nas pesquisas. “O Campus é um campo infinito de dados”, defende o professor.

Iniciado em dezembro de 2020, o projeto tem o modelo guarda-chuva, com várias frentes e participantes envolvidos, sendo eles do CTU, do Centro de Ciências Exatas (CCE), da Prefeitura do Campus Universitário (PCU) e colaboradores de universidades nacionais e internacionais.

Projeto piloto

Para as primeiras pesquisas na UEL, o prédio do CTU foi escolhido como edifício piloto, por já ter realizado a etiquetagem de eficiência energética com apoio da Copel. Virtualmente, será criado modelo idêntico ao prédio, chamado de digital twin (gêmeo digital), construído em processo BIM (Modelagem de Informações da Construção), a partir de diversos dados do edifício. Esta etapa será feita em parceria com o pesquisador Ricardo Codinhoto, da Universidade de Bath (Inglaterra).

O primeiro estudo, em processo de aprovação pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), poderá avaliar o conforto do ambiente e a ventilação de áreas de uma sala de aula, por meio de monitoramento em tempo real e análise com inteligência artificial.

Isso significa medir o espaço e entender o desenho das paredes, além de medir temperatura, umidade, CO2 e velocidade do vento. Nesta etapa, além de Rovenir Duarte e Ricardo Codinhoto, participam os professores Thalita Giglio, Camila Atem e Ercilia Hirota, do Departamento de Construção Civil; Cesar Imai, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Bruno Zarpelão, do Departamento de Computação, do CCE; e Marieli Azoia Lukiantchuki, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Outras frentes

Serão realizadas ainda outras frentes. Para melhorar a eficiência energética e diminuir o consumo de energia elétrica no local, uma das propostas é utilizar a dimerização de lâmpadas, isto é, controle da intensidade da luz. Em estudos prévios feito pelas professoras do CTU, um sistema com iluminação dimerizada e automatizada podem identificar, por meio de simulações computacionais, espaços mais claros, perto das janelas, e diminuir a intensidade da luz emitida – com isso, economizar energia elétrica.

Há, ainda, estudos com uso da inteligência artificial para avaliar as filas do Restaurante Universitário (RU) e apontar, em tempo real, os momentos em que ocorre picos de usuários. Para isso, os pesquisadores adotarão a tecnologia chamada “detecção de objeto”, em que é possível fazer a contagem de pessoas num mesmo espaço. A pesquisa é realizada por Ricardo Rodrigues, estudante de mestrado em Arquitetura e Urbanismo, que terá na sua banca professor convidado que pertence da Universidade de Harvard.

Primeiras experiências como essa foram aplicadas em universidades da França, Espanha e Inglaterra, sendo chamadas de smart campus. No Brasil, elas começaram em 2015, em instituições como Faculdade de Sorocaba (Facens), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidades Federais do Pará (UFPA) e do Rio Grande do Norte (UFRN).

Experiência feita na Unicamp, pode ser aplicada futuramente no Campus da UEL, com o sistema de transporte. Segundo o professor, foi estudado por lá a quantidade de ônibus que se precisava para cada horário, por meio de monitoramento nos pontos de ônibus e inteligência artificial.

Sensível e automação

De acordo com o professor, esse não é um projeto pensado somente para os próximos 50 anos da UEL. “É inevitável, o futuro está nos atropelando. A gente não consegue mais projetar, porque ele está nos alcançando rápido. É um projeto de preparação”, afirma. Esse futuro antecipado é, segundo Rovenir Duarte, provocado também pela tecnologia. “Para aproveitarmos de fato a tecnologia, é preciso nos mantermos mais humano possível”, diz ele.

Por este motivo, defende o conceito de cidade sensível: “a cidade é sensível à pessoa e a pessoa à cidade”. Neste modelo, as pessoas são preparadas criticamente para utilizar a tecnologia e aprendem a conversar com as máquinas. Com isso, os processos são automatizados o máximo possível e as máquinas trabalham para as pessoas – não o contrário.

Outras ações futuras estão previstas no espaço do Centro de Estudo, como caminhabilidade e mapa comportamental. Isso está associado em mais segurança aos prédios, por se definir as principais rotas feitas, os horários, a iluminação do ambiente. Essa parte do projeto guarda-chuva, será em parceria com a professora Milena Kanashiro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo.

Informações da Agência Estadual de Notícias

Entre no grupo do Massa News
e receba as principais noticias
direto no seu WhatsApp!
ENTRAR NO GRUPO
Compartilhe essa matéria nas redes sociais
Ative as notificações e fique por dentro das notícias
Ativar notificações
Dá o play plus-circle Created with Sketch Beta. Assista aos principais vídeos de hoje
Colunistas plus-circle Created with Sketch Beta. A opinião em forma de notícia
Alorino
Antônio Carlos
Claudia Silvano
Edvaldo Corrêa
Fabiano Tavares
Gabriel Pianaro
chevron-up Created with Sketch Beta.