Polícia investiga grupo especializado em saques de cargas

A prisão de pessoas que estiveram envolvidas com a carga de cigarros saqueada durante acidente na Serra do Cadeado, entre Mauá da Serra e Ortigueira, na manhã desta segunda (9), colocou a Polícia Civil no encalço de um grupo criminoso que se especializou na pilhagem de cargas de caminhões acidentados na região.

Foto: Reprodução

Três prisões em flagrante foram registradas ainda na segunda, sendo duas pela Polícia Militar de Mauá da Serra e outra pela Polícia Civil de Ortigueira, pelas equipes comandadas pelo sargento Francis Lourenço Gomes e pelo delegado André Luis Garcia, respectivamente.

Os grupos especializados no roubo de cargas em veículos acidentados na serra se comunicam muito rapidamente para realizar as pilhagens. É comum chegarem aos locais de acidentes antes mesmo que as equipes de socorro e não raramente esses grupos fazem ameaças aos caminhoneiros e ajudantes.

Na região da Serra do Cadeado, envolvendo verdadeiras células criminosas, os saqueadores têm um grupo de aplicativo, onde conseguem trocar informações sobre acidentes e a ação das polícias. Os grupos foram identificados através de aparelhos celulares apreendidos com os criminosos presos.

O delegado da Polícia Civil de Ortigueira, André Luis Garcia informou que duas pessoas foram encaminhadas na noite desta segunda para a delegacia local, uma delas foi presa em flagrante pelo roubo de parte da carga do caminhão de cigarros acidentado na serra. O delegado informou que a pilhagem ensejou uma operação policial, ainda em andamento nesta terça (10), que permitiu, ainda, a identificação de pelo menos mais cinco integrantes do grupo.

Segundo ele, os saqueadores, embora bastante organizados, não são de um único grupo criminoso. Segundo o delegado, são dezenas de pessoas, que residem na zona rural e em bairros de Mauá da Serra e, principalmente, de Ortigueira.  “Esses grupos agem sistematicamente. São organizados e agem de forma muito rápida. Eles têm veículos leves e até caminhões para fazer os saques”, diz o delegado Garcia.

Além dos grupos de mensagens pelo celular, os criminosos também usam rádios comunicadores, que ficam permanentemente em sintonia com as frequências usadas pelos bombeiros, Samu, Siate e polícia, para saber sobre os acidentes na região, especialmente na área da serra. “Por incrível que pareça, eles fazem só isso. São pessoas que vivem disso. Ficam à espreita aguardando os acidentes, que são frequentes na serra”, comenta.

O delegado, que investiga os grupos e pretende chegar a outras células desse tipo de crime na região, diz ainda que o grupo estruturado na região, com homens e mulheres, tem capacidade e técnica para saquear qualquer tipo de carga, inclusive as de grãos, como soja e milho. “Eles sabem o que fazer e tem um método muito rápido de agir”.O sargento PM de Mauá da Serra, Francis Lourenço Gomes esteve à frente da equipe que ainda nesta segunda fez a prisão de um casal que estava com 10 caixas de cigarros roubadas do caminhão acidentado na serra. Uma mulher de 32 anos e um homem, de 24 anos, foram presos num Fiat Undo, que ia em direção a Mauá da Serra. A mulher presa já tinha antecedentes policiais, justamente por pilhagem de cargas de caminhões acidentados na serra.  Os dois foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil de Marilândia do Sul. As 10 caixas de cigarros, cada uma com 500 maços de cigarros, foram avaliadas em R$ 25 mil reais, conforme valor de notas da mercadoria transportada. A carga total do caminhão de cigarros estava avaliada em R$ 2,4 milhões.

No destacamento da PM de Mauá da Serra desde 2018,  o sargento Francis já viveu dezenas de casos similares, envolvendo o saque de cargas de veículos acidentados na região. “No meu primeiro mês aqui no destacamento, em 2018, teve o caso de um outro casal preso com parte da carga de porcelana roubada de um caminhão que se acidentou na região. A carga valia mais de R$ 350mil”, recorda.

Também se lembra de outras prisões, envolvendo roubo e receptação de cargas pilhadas em locais de acidentes na região, desde carne congelada até ração de cachorros, leite e mesmo cargas a granel, como milho, soja e até farelo. O sargento PM de Mauá da Serra se lembra, ainda, de uma pessoa presa que relatou aos policiais que ficavam sabendo dos acidentes por um grupo de whatsapp existente na região. O grupo é identificado como “Tombadas da Serra”.

Em março deste ano, por exemplo, uma carreta de soja, a granel, tombou no quilômetro 304. O motorista e seu ajudante ficaram feridos e uma empresa de segurança relatou à polícia que aproximadamente 50 pessoas estavam saqueando a carga de soja. As pessoas apareciam já com sacos e vasilhas para juntar a soja e levar para o mato. A Polícia ainda conseguiu conter o saque e mais de 50 sacos de soja foram localizados numa mata, ao lado da rodovia, no local do acidente.

Com informações do portal TN Online.

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