A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Ministério Público do Paraná (MPPR) prenderam 15 pessoas em uma megaoperação contra o tráfico de drogas nesta terça-feira (8). Os suspeitos são ligados a uma quadrilha responsável por distribuir drogas no Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e região Nordeste do Brasil.
Foram sete prisões preventivas e sete em flagrante. Também foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão, 28 de sequestro de bens, sendo 20 de móveis e oito bens imóveis, além do bloqueio de 17 contas correntes e do afastamento de um policial civil do Estado de São Paulo, suspeito de integrar o grupo. Os policiais civis apreenderam 12 armas, carros, documentos e valores em dinheiro, que ainda estão sendo contabilizados.
A ação aconteceu simultaneamente em Toledo, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste e Curitiba, no Paraná, em Balneário Camboriú, Camboriú e Içara, em Santa Catarina, e em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.
“Nas investigações, apuramos o modo com que cada um agia dentro da organização criminosa. Também apuramos que os integrantes obtinham valores em recursos financeiros com a venda do entorpecente e que esses valores eram lavados através de empresas de fachadas e de laranjas”, afirma a delegada Franciela Alberton.
Traficantes usavam caminhões frigoríficos para transportar drogas
De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou em março deste ano a partir da apreensão de 2 toneladas de maconha no fundo falso de um caminhão frigorífico.
A partir daí, nas buscas feitas em uma chácara de Toledo, os policiais descobriram que o local era usado por bandidos para fazer o carregamento da droga. No local havia um segundo caminhão frigorífico com fundo falso. Foram apreendidas munições de fuzis e os agentes encontraram um bunker embaixo do chiqueiro dos porcos, onde a droga era armazenada.
Foi na sequência dessas apreensões que a polícia descobriu como funcionava o esquema da quadrilha, que era organizada e tinha as tarefas divididas entre os integrantes.
Os traficantes usavam caminhões carregados de carga congelada para fazer o transporte da droga para tentar driblar a fiscalização, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto.
Os veículos iam para o carregamento nas empresas já com a droga nos fundos falsos – as empresas dos produtos congelados não sabiam que os caminhão também levavam drogas.
Megaoperação apurou que quadrilha lavou dinheiro do tráfico de drogas comprando imóveis
Ainda segundo a Polícia Civil, os criminosos mascaravam o dinheiro do tráfico comprando bens móveis e imóveis. Ao longo dos quatro meses de investigação, a polícia estima que o prejuízo causado à quadrilha seja de mais de R$ 28 milhões.
Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.
Os investigados podem responder por organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Caso condenados, a pena pode chegar a 38 anos de prisão. Eles também devem responder por lavagem de dinheiro, crime com pena de até dez anos de prisão.