A casa usada pela quadrilha responsável pela organização do ataque a uma empresa de transporte de valores de Guarapuava foi descoberta pela Polícia Militar nesta quinta-feira (9). Em operação desencadeada em São José dos Pinhais, os agentes entraram no imóvel que funcionava como quartel-general (QG) da quadrilha e apreenderam dezenas de materiais que teriam relação com o atentado ocorrido em abril desse ano.
O proprietário do imóvel e vizinhos contaram à PM que pessoas suspeitas estariam frequentando o local. O locatário teria pago antecipadamente alguns meses de aluguel, deixando a situação ainda mais suspeita.
Equipes da Diretoria de Inteligência da PMPR (DINT) em conjunto com o 17º Batalhão de Polícia Militar foram até o local, mas não encontraram ninguém na casa. No entanto, o caderno encontrado dentro do carro blindado que estava na garagem trazia anotações referentes ao planejamento da tentativa de roubo em Guarapuava, que aconteceu em 17 de abril.
A Polícia Científica também foi acionada para ir até o local para fazer perícia e coletar materiais genéticos para identificação dos envolvidos.
O comandante-geral da PMPR, coronel Hudson Leôncio Teixeira, destacou que esta ação é mais uma resposta da corporação ao ocorrido em Guarapuava. “Essa atuação não traz o Sgt. Ricieri de volta, mas é a resposta que a Polícia Militar do Paraná está dando a todos os militares que, diariamente, dedicam sua vida em prol da sociedade bem como a família do Sargento”, frisa o coronel, lembrando do PM que morreu no confronto com a quadrilha.
“Desde o dia 17 de abril a PMPR não parou. Todos os esforços foram voltados para elucidação desse crime e é o que está acontecendo agora. Eu acredito que com o material genético colhido e a perícia que está sendo feita, vamos identificar mais pessoas e expedir mandados de prisão para esses indivíduos”, complementa.
Os veículos e objetos apreendidos ficarão a disposição da Polícia Civil, responsável pela investigação do caso. Os trabalhos de buscas continuam e este é mais um passo da caminhada para a responsabilização dos autores.
Noite de terror em Guarapuava
A ação dos bandidos começou na BR-277, onde atiraram contra o 16º Batalhão da Polícia Militar e colocaram fogo em carros nas ruas.
Em seguida, foram para uma agência bancária, onde fizeram moradores de reféns e entraram em confronto com a polícia, ferindo dois policiais. Um deles, Ricieri Chagas, teve a morte cerebral confirmada no dia 23 de abril.
Logo após o confronto, os criminosos tentaram assaltar a transportadora de valores, mas não tiveram sucesso por causa da ação das forças de segurança. Várias ruas foram bloqueadas e as entradas da cidade foram fechadas.
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