O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu que a médica, Virginia Helena Soares de Souza, acusada de ‘acelerar a morte’ de pacientes internados da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, será levada a júri junto com outros quatro réus por homicídio doloso.
A decisão tomada pela 1ª Câmara Criminal do TJ-PR, nesta quinta-feira (27), por dois votos a um, atendeu uma apelação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que havia recorrido a decisão da 2ª Vara do Tribuna do Júri de Curitiba de inocentar a médica. Virginia era chefe da UTI do hospital e foi acusada de cometer os crimes entre 2006 e 2013.
Em audiência de instrução, outros dois acusados foram inocentados a pedido do próprio Ministério Público.
Defesa
A defesa da médica diz que sempre confiou na Justiça e que Virginia Helena Soares de Souza é inocente. O advogado Elias Mattar Assad afirma que a decisão pegou todos de surpresa e que desembargadores ‘embarcaram em ilusões’.
“A defesa sempre confiou na Justiça e em todas as provas periciais e testemunhais do processo que indicaram inexistência de fato criminoso e irá recorrer em todas as instâncias. A médica é inocente e em toda a sua carreira tomou decisões baseadas em literatura. […] Os desembargadores do TJ-PR contrariaram a decisão do CRM, que inocentou a médica, e a perícia do IML. Isso nos dá margem para interposição de recursos que, felizmente, teremos essa possibilidade de evitar qual erro judiciário a manchar o nome da justiça paranaense”, concluiu o advogado.
O caso
Virginia e outros funcionários foram presos pela polícia, em 2013, acusados de antecipar a morte de pacientes por determinação da médica. Na denúncia, eles usaram métodos para que as vítimas viessem a óbito com o propósito de liberar leitos de UTI. À época, 47 funcionários foram afastados do hospital.