Parque das Aves e Projeto Onças do Iguaçu emitem nota lamentando morte de flamingos

O Parque das Aves e o Projeto Onças do Iguaçu, de Foz do Iguaçu, emitiram nota de pesar e de esclarecimento na tarde desta terça-feira (9), lamentando a morte dos 172 flamingos após duas onças entrarem no parque nesta madrugada.

Imagem: Reprodução/Instagram

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Ao todo, 172 flamingos foram mortos pelas onças e apenas quatro conseguiram sobreviver. O ataque aconteceu perto da meia-noite e foi registrado pelas câmeras de monitoramento do Parque.

Confira a nota de pesar divulgada pelo Parque das Aves:

“Hoje é um dia muito difícil para a família Parque das Aves, em Foz do Iguaçu. É com enorme pesar que anunciamos a perda de 172 flamingos que viviam conosco. Na madrugada dessa terça-feira, 9/11, duas onças do Parque Nacional do Iguaçu, Indira e seu filhote, Aritana, que está aprendendo a caçar, adentraram o recinto dos flamingos. Nem todos os animais vieram a óbito pela encontro direto com as onças. Alguns flamingos vieram a óbito pelo estresse da situação (fenômeno chamado de miopatia de captura). Apenas 4 flamingos estão vivos.

O Parque decretou luto de três dias e tem previsão de reabertura ao público na sexta-feira (12). Neste momento, estamos acolhendo os nossos colaboradores que criaram essa colônia de flamingos desde 1995, quando chegaram aqui os 16 primeiros indivíduos resgatados. No Parque das Aves, esses animais encontraram uma segunda chance de vida, recebendo todos os cuidados e atenção da nossa equipe técnica, posteriormente se reproduzindo e gerando a colônia.

Essa cicatriz ficará para sempre na história do Parque, porém estamos confiantes de que recomeçaremos a colônia de flamingos e uma nova história. Pedimos a todos que, em respeito ao nosso trabalho, não divulguem informações, imagens, sobre esse acontecimento, que não venham de nossos canais oficiais.”

Leia também a nota de esclarecimento divulgada pelo Projeto Onças do Iguaçu:

“Nessa madrugada duas onças-pintadas invadiram o recinto dos flamingos no Parque das Aves, vizinho ao Parque Nacional, e 172 aves morreram. Algumas por ataque direto das onças, outras por estresse.

A equipe do Projeto Onças do Iguaçu identificou as onças, uma fêmea e seu jovem filhote, que tem cerca de um ano de idade. Nessa fase, as mães estão ensinando seus filhotes a caçar.

O ocorrido foi uma fatalidade. O Parque das Aves é todo cercado e funcionários monitoram o perímetro e áreas internas diariamente, e seguem orientações de segurança fornecidas por nós. Ainda assim, toda proteção e cuidados não evitou a entrada dos predadores. Em 27 anos de existência do Parque das Aves, isso nunca aconteceu.

Temos recebido muitos questionamentos e comentários sobre o comportamento das onças, alguns com conotação extremamente negativa. Onças são animais selvagens, são carnívoros, exímios predadores. Elas caçam e se alimentam de outros animais. Não são cruéis. São onças.

Nos perguntam se é seguro visitar os parques. Sim, é seguro. As onças sempre existiram na região e no Parque Nacional do Iguaçu, e não há um único registro de acidentes com pessoas em toda história. As onças tendem a se afastar de pessoas e buscar refúgio na mata, que é a sua casa e seu abrigo.

Uma afirmação que surgiu é que existe um “surto” de onças-pintadas na região e isso têm sido escondido para não provocar medo. Esclarecemos que não temos um surto de onças. Temos uma população ameaçada, estimada em 28 animais espalhados pelos 185 mil hectares do Parque Nacional do Iguaçu. Essa é uma quantidade aliás pequena para a área em questão.

Em toda a Mata Atlântica existem cerca de 250 onças-pintadas apenas. Temos uma população criticamente ameaçada de extinção que quase se extinguiu na década de 90, e que com muito esforço e dedicação de muita gente, conservacionistas e lindeiros, vem se recuperando. Aos poucos, mas sempre inspirando cuidados. E precisamos do apoio de todos para continuar.

Nossa equipe se solidariza e compartilha o sofrimento da equipe do Parque das Aves pela perda de animais tão especiais. Ainda assim, continuamos firmes no nosso propósito de proteger e conservar as nossas onças.

Nossas onças não precisam ser julgadas criminosas. Precisam que nós transformemos nosso amor por elas em ações de conservação. Para que elas possam ter uma chance de sobrevivência.”

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