Pesquisadores do Paraná analisam material produzido com fungos para construção civil e embalagens

Pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) desenvolveram um material produzido a partir do crescimento de fungos em resíduos da agroindústria, que pode substituir plásticos, poliestireno expandido e outros materiais danosos ao meio ambiente, geralmente utilizados na indústria de embalagens e na construção civil.

Foto: Fundação Araucária

Chamada de tecnologia Mush, a iniciativa é pioneira no Brasil e deu nome à startup. “Nosso material utiliza cascas, bagaços, talos, serragem, entre outros, que são utilizados como fonte de nutrientes e suporte para o crescimento de um fungo. Esse crescimento é feito em moldes e o produto final adquire o formato do molde utilizado”, explica o professor de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia Eduardo Bittencourt Sydney.

Ao final do processo, o fungo é inativado, tornando o produto 100% seguro. O estudante do curso de Engenharia Química Leandro Inagaki Oshiro ressalta que, além de agregar valor a resíduos do agronegócio, o material é totalmente biodegradável e de baixo custo de produção.

“É altamente escalonável e resulta na produção de um material durável, leve, que apresenta resistência à chama, à umidade, resistência mecânica e faz absorção acústica”, explica o estudante.

Segundo Sydney, as mentorias realizadas ao longo do programa ajudaram a montar a empresa. “O apoio financeiro nos permitiu avançar de forma muito mais veloz para o estabelecimento de uma tecnologia de produção e desenvolvimento do produto”, afirma.

O projeto da equipe, composta por quatro pesquisadores, foi uma das iniciativas auxiliadas pelo Programa Sinapse da Inovação, promovido pelo Governo do Estado do Paraná por meio da Fundação Araucária, com o apoio do Sebrae e do Sistema Fiep. 

Produto

Visando uma produção em larga escala, os pesquisadores criaram uma coleção de produtos voltados ao conforto acústico, a Coleção Íris, desenvolvida em parceria com o Furf Design Studio. Os sócios esperam que a coleção seja a porta de entrada da Mush no território nacional.

“Ela combina arte, ciência e funcionalidade na criação de ambientes residenciais e corporativos mais confortáveis e sustentáveis. Estamos buscando investimento para ampliação de escala de produção para atender as demandas de mercado nesse setor”, diz o pesquisador Antônio Carlos de Francisco.“ As placas acústicas funcionam como um revestimento de parede, uma solução funcional e artística que substitui aquelas famosas espumas tradicionalmente utilizadas”, acrescenta.

Em paralelo, a equipe está desenvolvendo soluções para o mercado de embalagens e construção civil. Um dos diferenciais do projeto é propor uma mudança de comportamento do consumidor em relação às embalagens. “A nossa ideia é que a nossa embalagem não seja descartada no lixo, mas que tenha um segundo uso, sendo reaproveitada na forma de fertilizante em hortas. Estamos na fase de testes para obtermos esta comprovação”, explica Eduardo Bittencourt Sydney.

Sinapse

O Programa Sinapse da Inovação faz parte do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Startup Life. É uma ação de incentivo ao empreendedorismo inovador que tem o objetivo de transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso.

Na primeira edição do programa foram apoiados 92 empresários, com investimento total de R$ 3,5 milhões.

Colaboração AEN

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