Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) – Petroleiros dos Estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo darão início na sexta-feira a uma greve para cobrança de direitos e contra “riscos de privatização” da Petrobras, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta quinta-feira.
Além disso, também será retomado um movimento na Bahia, em oposição à venda de uma refinaria no Estado. A paralisação começou no último dia 18 de fevereiro, mas foi suspensa para retomada de negociações com a estatal –segundo a FUP, porém, as conversas não avançaram.
A Petrobras, por sua vez, afirmou à Reuters que foi notificada sobre as intenções de menifestação, mas mantém um acordo para negociação com os funcionários e acredita que, durante a vigência deste pacto, uma greve “não se justifica”.
“Até o presente momento não foi identificado nenhum movimento de paralisação nas unidades da companhia”, acrescentou a estatal em comunicado.
Segundo a federação, a greve foi aprovada por assembleias realizadas desde a semana passada pelos Sindicatos dos Petroleiros (Sindipetros) filiados à FUP. Em São Paulo, a adesão ocorrerá nas unidades de Mauá e Campinas.
“A greve também foi aprovada pelos trabalhadores da Unidade de Xisto do Paraná (SIX), que devem iniciar o movimento nos próximos dias, assim como na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco”, disse a FUP, acrescentando que em outras bases de Sindipetros as assembleias ainda estão em andamento.
Entre as pautas da greve, a federação menciona “jornadas exaustivas e multifunções no trabalho presencial e remoto” e “exposição à contaminação por Covid-19”, além da venda de ativos pela estatal, classificada como “privatização aos pedaços”.
Procurada, a Petrobras disse que recebeu notificações sobre a intenção de quatro dos 17 sindicatos ligados à FUP de realizar um movimento grevista, mas que está cumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022.
“A companhia continua aberta ao diálogo com as entidades sindicais. Uma agenda de reuniões vinha sendo realizada com os sindicatos e só foram suspensas após a companhia ser notificada de greve e representantes sindicais abandonarem as negociações”, afirmou a estatal em nota.
A Petrobras disse ainda que uma eventual greve atrelada ao desinvestimento de ativos “não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve” e pode ser considerada abusiva.
“A companhia tomará todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis para manter a continuidade operacional, com segurança das instalações, pessoas e meio-ambiente”, concluiu.