Procura por animais silvestres aumenta

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo do Paraná, nos últimos meses, houve um aumento na procura de animais silvestres como bichos de estimação.

Foto: Divulgação IAT

Segundo a legislação, eles podem viver em ambientes urbanos, desde que eles venham de criadouros comerciais licenciados pelo Instituto Água e Terra (IAT) ou pelo Ibama. Esses espaços recebem animais oriundos de fiscalização e que não sobreviveriam soltos na natureza. As matrizes que chegam nesses locais, muitas vezes não podem ser vendidas, somente os filhotes gerados em cativeiro.

“Comprando legalmente, você sabe a origem do animal, pode comprovar a legalidade em caso de fiscalização e não fomenta o tráfico ilegal, na qual retiram os animais de forma injusta da natureza, causando traumas para o animal e para o equilíbrio da biodiversidade”, ressaltou a bióloga do IAT, Renata Baptista da Rocha.

Esse contexto foi reforçado nesaa semana com um episódio em Curitiba. A equipe da Fauna do IAT resgatou na última quarta-feira, (3) uma coruja que apareceu no 7º andar de um apartamento no centro da cidade. A coruja da espécie Tyto furcata, conhecida como Coruja-das-torres, possuía anilhas.

“Com ajuda das anilhas (marcação), foi constatado no sistema interno do IAT, o Sisfauna, que o animal possui um tutor licenciado. Após a verificação da nota fiscal, comprovando que o animal é legalizado, foi devolvido ao tutor”, disse a bióloga do IAT, Tauane Ribeiro.

O tutor da coruja, chamada Raja, é Alisson Londregue. Ela está com ele há três meses, sendo acolhida desde que tinha 30 dias de vida.

“Ela fugiu pela única janela sem tela do apartamento, a do banheiro. Após o meu banho, deixei a janela aberta para sair o ar quente do chuveiro”, explicou o tutor. “Fiquei desesperado na hora”.

Cuidados especiais e necessários

Um animal silvestre pede por muitos cuidados, além de ser necessário adquirir conhecimento prévio sobre a espécie, pois eles necessitam de atenção que variam de acordo com sua biologia, como voar, viver entre os da sua espécie, ter estímulos diferentes todos os dias e uma dieta variada.

Para assegurar a qualidade de vida deles, é imprescindível que o tutor mantenha o(s) animal(is) em local com espaço, que seja arejado, limpo, com luz solar e que garanta uma movimentação confortável dentro do recinto. Além disso, é preciso ter condições de arcar com todas as despesas, como alimentação, adequação de recinto e acompanhamento com um veterinário especializado, periodicamente.

Alisson comenta que a coruja é dócil, está em fase de adaptação e que mantém todos os cuidados que a espécie necessita. “Montei um viveiro na sacada para que ela tenha um espaço só dela. Mas quando estou em casa, ela fica livre, tem espaço para praticar voo, e treino ela para buscar o seu alimento e vir até a mim”, disse. “Resolvi ter uma coruja por ela possuir hábitos noturnos, que condiz com minha profissão de enfermeiro”.

Animais

Para ter um animal silvestre de maneira legal, a pessoa deve procurar os empreendimentos licenciados pelo IAT ou Ibama, como um criador comercial ou estabelecimento comercial. Esses locais devem manter a Licença Ambiental e a Autorização de Manejo de maneira visível em seu estabelecimento.

O Paraná possui uma lista das espécies que podem ser adquiridas. Os animais, quando legalizados, devem sair do criadouro devidamente marcados, com anilhas e/ou microchip para a identificação do indivíduo junto com a nota fiscal e certificado de origem. Portanto, é necessário averiguar o local de origem desses animais para garantir a legalidade e não fomentar o tráfico.

Crime ambiental

A retirada ilegal de animais silvestres da natureza causa um desequilíbrio natural, pois cada um tem seu papel essencial. Por exemplo, os passarinhos são grandes semeadores de florestas e matas nativas, assim como os papagaios, araras, entre outros animais que comem frutas, que depois fazem a dispersão de sementes através das fezes, e assim ajudam a plantar novas mudas, reflorestando as matas.

Portanto, são crimes contra a fauna: matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. Com pena variando entre detenção de seis meses a um ano e multa, mais multa, de acordo com o Decreto Federal nº 6.514/2008.

O tráfico de animais silvestres é uma das maiores atividades predatórias. De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), 38 milhões deles são retirados da natureza todos os anos no Brasil e cerca de 4 milhões são vendidos clandestinamente. A estimativa é que pelo menos 10 mil animais ao ano sejam vitimados no Estado.

Colaboração AEN

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