A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Detran-PR estão nas ruas, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (1), para cumprir 42 ordens judiciais contra integrantes de grupo criminoso que burlava o sistema de vistorias e transferências de veículos. O prejuízo gerado às vítimas é de mais de R$ 3,5 milhões. A ação acontece em Curitiba e Região Metropolitana.
Como está acontecendo a operação
Dentre as ordens judiciais estão 12 mandados de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão e sete de monitoração eletrônica. Cento e quinze policiais civis participam da ação que conta ainda com o apoio de peritos da Polícia Científica e servidores do Detran, além do apoio aéreo de um dos helicópteros da PCPR.
Investigações
As investigações de alta complexidade iniciaram há 9 meses, a pedido do Detran-PR que identificou a fraude. Durante as diligências foi apurado que os indivíduos, que não são servidores do órgão, montaram um mercado paralelo para “alugar” senhas de despachantes.
A investigação apontou que os despachantes alugavam as senhas e, a partir de fraude, inseriram dados falsos nos sistemas, colocando em circulação carros furtados ou roubados que eram “regularizados” em nome de laranjas.
De acordo com as investigações, eles utilizavam do sistema para ter acesso a diversas informações dos veículos e condutores, assim como ter a autonomia de gerenciar processos de transferências e vistorias dos veículos.
Nos levantamentos feitos, a PCPR apurou que alguns despachantes apontavam fazer mais de 900 vistorias por mês. Além disso, foi constatado que diversas vistorias haviam sido feitas ao mesmo tempo em lugares diferentes, ficando comprovada a distribuição das chaves para diversas pessoas.
Ação criminosa
O grupo criminoso iniciava a ação utilizando a chave do sistema digital de transferência de veículos de um despachante credenciado ao Detran, e com ela, aproveitava para alterar os dados dos veículos, visando incluir no mercado carros roubados ou furtados e adulterados com dados de veículos legais em circulação no país.
Em posse do veículo adulterado, o grupo buscava veículos iguais nos sistemas, adulteravam sinais identificadores e utilizavam documentos falsos para transferir o veículo para um “laranja”, inclusive fazendo a transferência de domicílio. Na sequência, o veículo era vendido para um terceiro.
O proprietário do veículo verdadeiro só percebia que o seu carro não estava mais em seu nome quando fosse pagar os impostos, ao consultar os documentos do veículo pela internet ou ao receber notificação informando mudança de titularidade.