HAMBURGO (Reuters) – O aumento dos preços da canola na União Europeia em função de uma forte queda nas ofertas deve dar impulso às importações da oleaginosa pelo bloco nos seis primeiros meses de 2021, disse nesta quarta-feira a consultoria Oil World, sediada em Hamburgo.
Os contratos futuros da canola negociados em Paris atingiram nesta terça-feira o maior nível desde setembro de 2012, diante dos estoques apertados na Europa e da firmeza nos mercados internacionais de oleaginosas.
Nos 27 países membros da UE, os estoques de canola –utilizada como óleo vegetal e na produção de biodiesel– recuaram para 8,7 milhões de toneladas no início de janeiro de 2021, versus 9,1 milhões em janeiro de 2020 e 10,7 milhões em janeiro de 2020, disse à Reuters o CEO da Oil World, Thomas Mielke.
“As boas margens de lucro resultaram em um aumento do esmagamento de canola na UE entre outubro e dezembro de 2020, e os esmagamentos parecem estar acelerando no primeiro trimestre de 2021, também ajudados pelas grandes vendas de exportação de óleo de canola, principalmente para a China”, afirmou Mielke.
“A Oil World espera que as importações de canola pela UE avancem para um recorde de 6,55 milhões de toneladas na temporada julho 2020/junho de 2021, ante 1 milhão de toneladas no mesmo período do ano anterior”, acrescentou.
Mielke estima que a UE importará 600 mil toneladas de canola do Canadá entre janeiro e junho de 2021, a maior parte já embarcada. Mas, diante de uma oferta apertada no Canadá, o volume deve apurar queda frente a 1,2 milhão de toneladas comercializadas no mesmo período de 2020.
Com expectativas de que a safra de canola 2021 da UE seja reduzida após um plantio menor, o aperto na oferta pode continuar no segundo semestre deste ano, obrigando os importadores europeus a buscar ofertas de origens incomuns, disse Mielke.
“Uruguai está emergindo como um grande exportador de canola para a UE, e eu estimo que eles irão embarcar 80 mil toneladas para a UE entre janejro e junho de 2021”, afirmou ele.
(Reportagem de Michael Hogan)