A comporta do Portão 14 se rompeu no começo da tarde desta sexta-feira (3) na zona norte de Porto Alegre (RS), resultado das fortes chuvas que atingem o estado desde o último fim de semana.
A informação foi revelada ao prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo, no meio de uma coletiva de imprensa. Ao ser informado, ele questiona o interlocutor: “todo o portão?”, e a confirmação vem logo em seguida.
A comporta 14 fica embaixo da Avenida Sertório e abre caminho para a Rua Voluntários da Pátria, perto do DC Navegantes. Como resultado, os Centros de Treinamento (CTs) de Grêmio e Internacional foram alagados. Todos os jogos envolvendo times gaúchos foram adiados pela CBF.
“Aquele não é um dos maiores portões que temos. Ali é uma região plana e pode avançar Sertório adentro. Não podemos prever o quanto a água pode avançar”, avaliou o prefeito, ao solicitar que todo o efetivo da Defesa Civil seja deslocado para a região da comporta rompida.
Governo determina evacuação em áreas perto da comporta 14
Minutos antes de ser comunicado sobre o rompimento da comporta 14, Melo tinha orientado o fechamento de todo o comércio de Porto Alegre até o próximo domingo (5), pelo menos, diante a iminente possibilidade de alagamento do Centro Histórico e do 4º Distrito de Porto Alegre.
“Vamos escorar nossos portões entre o 12 e o 14 porque eles têm problemas sim”, disse o prefeito ao citar que já haviam sido colocados sacos de areia em ambos os portões e, ainda assim, havia problemas de vazamento.
Ao citar o que chama de “evacuação orientada”, o prefeito diz: “quero apelar para as pessoas. Já que o comércio está fechando, penso que as pessoas que estão mais próximas do rio [Guaíba] deveriam também tomar essa providência de deixar o 4º Distrito”.
“Não posso chegar aqui e dizer ‘Garanto que 100% do portão não vai romper’. Não posso fazer isso e nem o engenheiro pode fazer isso. Tenho que trabalhar com todas as possibilidades. Nessas possibilidades, acho que sim, é razoável pedir para os moradores, especialmente do Centro Histórico e do 4º Distrito, que possam, além de fechar o comércio, não circular. Aqueles que puderem sair, evidentemente, essa é a recomendação do prefeito”, disse o prefeito, antes do rompimento.
Desabrigados e doações para o Rio Grande do Sul
Ainda durante a coletiva, o prefeito relatou que, neste momento, Porto Alegre contabiliza 450 pessoas desabrigadas. Ao todo, três abrigos estão recebendo vítimas das enchentes na cidade e um novo abrigo está sendo montado no bairro Menino Deus.
“Estamos analisando outras possibilidades – entre elas, o [ginásio de esportes] Gigantinho. Durante o dia, tomaremos mais decisões, de acordo com o número de desabrigados que, a cada momento, aumenta”.
“Sei que todo mundo, neste momento, quer ajudar e isso deve ser louvável e [ficamos] muito agradecidos. Mas não levem doações aos abrigos. Isso nos cria uma grande dificuldade. As doações devem ser levadas para a Defesa Civil. Ela organiza a distribuição”, disse. “É um apelo que faço: precisamos de doações, muitas doações. Mas elas devem ser dirigidas aos locais certos para que a gente possa direcionar corretamente.”
Calamidade pública
Na noite desta quinta-feira (2), a prefeitura decretou estado de calamidade pública em Porto Alegre. Além de as chuvas terem causado mais de 30 mortes e deixado 74 pessoas desaparecidas, elas ainda afetaram os serviços de telecomunicações, dificultando ainda mais os trabalhos das equipes de resgate.
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A Defesa Civil de Porto Alegre divulgou um novo alerta nesta quinta-feira, indicando a possibilidade de continuidade das chuvas extremas até o meio-dia de segunda-feira (6).
Solicitações emergenciais devem ser feitas por meio do telefone 199, ou junto ao Corpo de Bombeiros (193).