Katrina dos Pampas: tragédia no RS é comparada com furacão nos EUA

Produzido por uma emissora de TV dos Estados Unidos, um vídeo que viralizou nas redes sociais pode ajudar a compreender a dimensão da tragédia no Rio Grande do Sul.

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Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Produzido pelo The Weather Channel, o material usa recursos gráficos para simular como seriam inundações provocadas por catástrofes climáticas, como foi o furacão Katrina, em 2005.

No vídeo apresentado pelo meteorologista Mark Elliot, ele simula quatro estágios de uma enchente na área urbana e como as inundações afetariam os moradores (assista abaixo).

O vídeo tem sido amplamente compartilhado em redes como TikTok e Instagram, associando o que é mostrado no vídeo com o estrago provocado pelas inundações no Rio Grande do Sul.

Como o conteúdo está em inglês, vale uma explicação rápida: o meteorologista aparece em um círculo cercado por mapas em uma situação aparentemente normal. Então, o nível de água ‘sobe’ para 3 pés (3ft, no vídeo), o equivalente a 90 centímetros. Elliot aparece com água na altura dos joelhos, e a simulação eleva o nível para 6 pés (1,80 metros) e 9 pés (2,70m).

O vídeo ajuda a entender as dimensões de uma inundação na comparação com o tamanho de um ser humano e como os efeitos podem ser devastadores. Para efeitos de comparação, o nível do Guaíba, em Porto Alegre, passou dos 5 metros de altura. Assista:

Enchentes no RS são o Katrina do Brasil, diz imprensa estrangeira

A tragédia também tem sido comparada com o furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans (no Louisiana, EUA) e destruiu cidades de outros quatro estados norte-americanos há 19 anos.

Embora o número de mortes no Rio Grande do Sul seja inferior ao do Katrina, que matou mais de 1800 pessoas, as imagens de cidades inteiras engolidas pelo grande volume de água no sul brasileiro fizeram o mundo todo se lembrar da tragédia de 2005 nos Estados Unidos.

Texto escrito por Leonardo Paz e publicado no portal Showmetech destaca que, mesmo com o número de mortes mais baixos do que o registrado no Katrina, a tragédia no Rio Grande do Sul pode ser pior do que aconteceu nos EUA 19 anos atrás.

“É importante lembrar que o atual desastre natural na Grande Porto Alegre e no interior do Rio Grande do Sul parece ter proporções ainda maiores do que as observadas na Louisiana. Mais de uma dezena de municípios gaúchos praticamente não existem mais”, destaca Paz.

Lições do Katrina para o Rio Grande do Sul

Leonardo Paz também destaca que o aprendizado do governo norte-americano com o desastre provocado pelo furacão Katrina pode ajudar o governo brasileiro e as administrações municipais e estaduais a entenderem como será a reconstrução do estado após as águas baixarem.

“Pós-Katrina, um meticuloso relatório técnico de quase 300 páginas foi elaborado pelo U. S. Army Corps of Engineers para prevenir novos casos similares e recuperar a região atingida. Tal documento pode ser de utilidade para as autoridades gaúchas e brasileiras nas etapas que estão por vir”, diz o autor do artigo publicado na Showmetech.

Ele também adianta que a tranquilidade só virá depois de muitos meses de planejamento, trabalho e engajamento da população e da iniciativa pública e privada.

“Políticas de adaptação precisam ser elaboradas e seguidas. Já o futuro de grande parte da região metropolitana parece mais incerto. Como proteger e realocar os mais vulneráreis, precisará ser não apenas uma preocupação imediata, mas também de médio e longo prazo reforça”.

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