A vacinação é a forma mais eficaz de combate contra a variante Delta do coronavírus. É o que considera, com base em estudos divulgados recentemente, a professora doutora Soraya Smaili, farmacologista da Escola Paulista de Medicina, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no período 2013-2021 e coordenadora do Centro de Saúde Global da instituição. Soraya também é coordenadora do Centro de Estudos SOU_CIÊNCIA, que reúne pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, pertencentes a diversas universidades públicas brasileiras.
Segundo a especialista, tomar as duas doses da vacina, independentemente da fabricante, é a melhor maneira de prevenir a forma grave da doença e proteger a população contra a variante Delta, que já registra casos em diversas regiões do Brasil.
“A variante Delta do coronavírus se alastrou rapidamente pelos Estados Unidos e no Reino Unido, entre outros países, pois é muito mais transmissível. Porém, nestes países já há uma boa porcentagem da população vacinada, o que coincide com dados que mostram que, apesar do aumento de casos, não está havendo aumento dos óbitos”, detalha a professora. “Além disso, dados recentes de levantamentos realizados nos EUA mostraram que o número de casos da variante Delta está aumentando muito mais entre os não-vacinados do que entre aqueles que receberam a vacina. Esses dados mostram mais uma vez o quanto devemos vacinar”, afirma Soraya.
A variante chegou recentemente ao Brasil e o número de casos vem aumentando. Porém, a vacinação no Brasil ainda não atingiu a maioria da população com duas doses. “Por isso, as pessoas não devem escolher as vacinas e não devem perder a oportunidade de se vacinarem, pois é a única forma de se protegerem. E ainda, quanto menos o vírus circular ou encontrar pessoas vulneráveis para infectar, menor vai ser a probabilidade de surgirem novas variantes”, comenta a professora.
Uso de máscaras é fundamental
Pesquisa recente encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que 83% da população brasileira deseja continuar usando máscara, mesmo após a vacinação. A professora comenta que “por enquanto é uma medida necessária, já que as vacinas existentes, não impedem a transmissão, apesar da proteção contra a doença. Agora com a variante Delta, essa medida é ainda mais necessária.”.