Cura do câncer: paciente tem remissão completa em um mês de tratamento experimental

Com a colaboração de SBT Brasil

A terapia celular curou o homem que tratava a doença há 13 anos

Um paciente que tratava o câncer há 13 anos teve a remissão completa da doença após um mês de um tratamento experimental com terapia celular na rede pública, em São Paulo. O homem tinha o organismo tomado por tumores e recebeu alta do hospital, e com os resultados a notícia trouxe esperança a outros pacientes.

A terapia celular curou o homem que tratava a doença há 13 anos
Foto: Arquivo Pessoal

Segundo os pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto em parceria com o Instituto Butantan, os estudos clínicos devem começar em breve para receber a aprovação da Anvisa e, dessa forma, poder tratar outros pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS).

Novo tratamento cura homem que tratava câncer há 13 anos

O paciente, que é publicitário Paulo Peregrino de 61 anos, realizou o tratamento por um mês e pode se despedir da doença. Paulo tinha câncer há 13 anos, que começou com o câncer de próstata. Segundo o paciente e médicos, os linfomas apareceram em 2018. Desde então, foram seis ciclos de quimioterapia e um de transplante de medula.

Antes e depois do tratamento

O publicitário contou que se visse aquilo em qualquer outra pessoa que não fosse ele, diria que é preciso ter fé. O tratamento contra a doença que durou anos deixou ele sem esperanças, até que os médicos sugeriram a técnica de terapia celular avançada, que ainda é experimental no Brasil.

Os tumores já haviam tomado quase todo o corpo do paciente, até que o tratamento com a terapia celular começou. Após um mês de tratamento os tumores sumiram, conta o médico do Hospital das Clínicas, Vanderson Rocha, responsável pelo procedimento. “A remissão completa é quando o tumor desaparece, geralmente a gente não vê isso com quimioterapia no primeiro ciclo. A gente vê isso, por exemplo, depois de 4 a 6 anos de quimioterapia.

O tratamento contra o câncer

O CAR-T: As células de defesa do corpo são retiradas do próprio paciente e levadas para o laboratório. Elas são modificadas geneticamente e multiplicadas em milhões de vezes e depois reproduzidas pelo sangue. Elas circulam por todo o corpo e, após isso, identificam e combatem as células cancerígenas.

Segundo o coordenador do centro de terapia celular da USP de Ribeirão Preto, Dimas Covas, onde é desenvolvido a técnica, explica que ao serem modificadas as células ganham o poder de destruição.

Nos Estados Unidos a mesma técnica já é usada há 11 anos e tem a liberação da Agência Reguladora de Medicamentos (FDA) no país. Já no Brasil, a Anvisa liberou tratamentos individuais pelo SUS, e aguarda a regularização de estudos clínicos. O tratamento na rede privada custa a partir de R$ 2 milhões. A terapia das células T funciona e até agora combate três tipos de câncer: linfoma, leucemia e mieloma múltiplo. A mesma técnica é estudada por outros pesquisadores no Brasil e no mundo para aplicar também em outros tumores.

De acordo com a Anvisa, dois outros projetos foram selecionados para apoiar a aprovação de ensaios clínicos. A agência considera a terapia muito promissora e está empenhada na avaliação deste tipo de tratamento.

Com a supervisão Barbara Schiontek

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