Cinco dicas para o casal ter uma vida financeira organizada

Uma vida a dois significa compartilhar a casa, os momentos e, também, as despesas. No entanto, muitos casais podem encontrar dificuldades para falar sobre dinheiro. Quando isso acontece, corre-se o risco de o relacionamento entrar em desequilíbrio financeiro e emocional.

Foto: Freepik

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade (57%) dos divórcios ocorridos no país, nos últimos dez anos, foram motivados por desentendimentos relativos às questões financeiras. 

Pesquisa realizada pela fintech de saúde financeira Onze, divulgada em agosto, identificou que 38% dos casais entrevistados não realizam nenhum tipo de controle conjunto do dinheiro. 

Outro dado preocupante mostrado pelo estudo é que entre os casais que compartilham as finanças não há, necessariamente, uma relação de transparência. Um em cada quatro homens (25%) afirmou que realiza compras escondidas da parceria. O mesmo comportamento é observado em uma a cada cinco das mulheres entrevistadas (20%).

Falta de diálogo

A dificuldade de falar sobre a vida financeira também foi observada na pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em 2019. 

Segundo o estudo, os casais não dialogam sobre o orçamento doméstico. Para 21% dos entrevistados, o assunto só é discutido quando há algum problema financeiro. Outros 15% afirmaram não falar a respeito em nenhuma circunstância.

Como organizar as finanças do casal

Especialistas da área de finanças orientam sobre quais estratégias podem ajudar o casal a manter as contas em dia e, também, planejar o futuro para realizar sonhos materiais e aumentar o patrimônio financeiro. 

Converse sobre o assunto

O diálogo sobre as finanças do casal deve ser construído de forma transparente e contínua. Não se deve esperar a situação entrar em desequilíbrio para falar a respeito. A especialista em finanças e criadora do canal Me Poupe!, Nathalia Arcuri, diz que os parceiros devem conhecer os salários um do outro.

A partir dessa informação, é possível reservar uma quantia individual para cada um e definir o valor que será utilizado para as despesas em conjunto. A conversa é necessária para estabelecer o padrão de vida do casal.

O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, ressalta que o diálogo aberto é o melhor caminho para os casais. Quando se tem filhos, as crianças também podem ser incluídas nas conversas para que comecem a aprender sobre educação financeira.

Adote estratégias para compartilhar as finanças

Conhecendo a realidade financeira de cada um, a segunda dica é estabelecer estratégias sobre como compartilhar as finanças. Nathalia Arcuri diz que uma das possibilidades é optar pelo pagamento proporcional das contas, de acordo com o que cada um recebe. Outra alternativa é ratear as despesas meio a meio. 

A escolha varia de acordo com a realidade de cada casal, mas independente de qual seja, é necessário manter a gestão das finanças em dia. Uma estratégia que pode auxiliar no processo é a abertura de uma conta conjunta digital.

Há aplicativos que oferecem uma reinvenção do modelo de conta conjunta tradicional. Por meio dele, os usuários mantêm saldos individuais e efetuam o pagamento das despesas, que podem ser divididas ao meio ou de forma proporcional.

Além do app de conta conjunta para Android, que pode ser baixado gratuitamente na Google Play Store, também há a versão para os usuários do iPhone. Ambas dispõem das mesmas funcionalidades e não cobram taxas para a realização da movimentação financeira.

Após o cadastro, o administrador convida o parceiro para integrar a conta. Por meio da ferramenta, os dois acompanham as transações, os pagamentos e o extrato, o que possibilita transparência nas ações. O download do aplicativo de conta conjunta para iOS é feito na App Store, da Apple.

Tenha comprometimento com as responsabilidades assumidas

Após conversar sobre a renda e as despesas do casal e criar as estratégias para o compartilhamento das finanças, é necessário que as partes cumpram o que foi combinado. 

Os especialistas alertam sobre a importância de manter a rotina de “abastecimento” da conta conjunta e a realização dos pagamentos dos valores nas datas acordadas.

Caso ocorra algum imprevisto, é necessário comunicar ao outro para que as soluções sejam pensadas em conjunto. 

Mantenha a individualidade

Fazer compras escondidas do(a) parceiro(a) interfere diretamente na relação de confiança e transparência que deve ser construída pelo casal. Para evitar esse tipo de situação, é importante manter um saldo individual para usar em despesas próprias.

A planejadora financeira Viviane Ferreira aconselha que, mesmo na vida a dois, as pessoas devem se permitir fazer escolhas individuais, seja por meio de uma compra ou a realização de um curso, por exemplo. Nesse sentido, é válido dividir o dinheiro em valores para a conta conjunta e para si mesmo.

Construa planos juntos

Compartilhar a vida financeira não significa apenas dividir os boletos. É possível sonhar juntos e investir para a realização desses sonhos, como afirma o presidente da Abefin, Reinaldo Domingos. 

Segundo ele, o dinheiro economizado pode ser investido em aplicações, como títulos públicos, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e fundos de investimentos. Os rendimentos facilitam a realização de planos no curto, médio e longo prazo, como viagens, compra de bens materiais, faculdade dos filhos e aposentadoria.

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