O empreendedorismo feminino é uma peça importante na economia do Brasil, especialmente após a pandemia do coronavírus. No terceiro trimestre de 2022, o país alcançou uma marca histórica: 10.300.000 mulheres eram donas dos próprios negócios.
Além disso, esse número mostra que as mulheres representam 34,4% dos donos de negócios no Brasil. No Paraná, esse número também é elevado, já que 33% das empresas são comandadas pelo grupo feminino.
O grande crescimento veio por conta da pandemia. Conforme a doutora em administração Vanessa Rolon, no período, por conta do isolamento e outras situações, muitas mulheres precisaram se reinventar e encontrar uma nova fonte de renda.
“Agora elas estão retomando essa busca pela independência financeira e flexibilidade que acabam tendo”, explica a especialista.
Esse é o caso da estudante de gastronomia Karyna Yagui, de 19 anos. Foi na pandemia que a jovem se tornou empreendedora e encontrou sua vocação profissional.
O negócio da jovem, chamado Amai Doces, começou com pipoca gourmet. Depois, Karyna começou a fazer o ‘copo da felicidade’ e chegou no brigadeiro gourmet, que possui diversos sabores, como tradicional, ao leite e branco. Hoje, ela trabalha com 35 opções de docinhos.
Além de fazer os produtos, a empreendedora também é responsável pelo marketing digital da empresa. Com muitas fotos e produção, a jovem criou um mini estúdio para movimentar as redes sociais da Amai Doces.
E foi fazendo docinhos que Karyna conquistou a independência financeira. Com os lucros da empresa a jovem consegue pagar a faculdade, o aluguel da casa e todas as outras despesas.
“É muito gratificante não precisar pedir ajuda, ter nosso dinheirinho” afirma a empreendedora.
Apesar do sucesso da estudante, ela não faz parte da grande estatística. De acordo com o mapa de empresas do primeiro quadrimestre de 2023, apenas 0,8% das pessoas inscritas como Microempreendedores Individuais (MEI) têm menos de 21 anos.
Por outro lado, as estatísticas apontam que 51% dos MEIs possuem entre 21 e 40 anos.
Alimentação e serviços são os ramos mais escolhidos pelas mulheres
Os ramos de alimentação e de serviços são os mais escolhidos para as mulheres começarem o próprio negócio.
No Paraná, 33% das empresas são comandadas por mulheres, o que representa 560.767 dos negócios. Além disso, 50% delas são chefes da família, ou seja, enfrentam duplas jornadas diárias.
Outro exemplo de empreendedora de sucesso é Verly da Silva Souza, 61 anos. A mulher comanda a Lolô Pastéis, em São José dos Pinhais. Inicialmente a ideia era ter uma distribuidora de doces.
“Eu queria abrir uma distribuidora. Mas as pessoas não queriam doce, chegavam aqui e perguntavam do pastel. Ai resolvi abrir a pastelaria”, conta Verly.
O negócio já possui 19 anos. E, de acordo com a proprietária, a pastelaria tem dois segredos para ser um sucesso: a receita da massa da família e muito amor.
A empresa conta com a ajuda de toda a família, incluindo a Dona Marina, a matriarca de 85 anos, que toda semana está na pastelaria fazendo o preparo da massa do pastel.
Os filhos, marido e nora de Verly também auxiliam no negócio. Para a empreendedora, família que trabalha unida, prospera unida. Ela afirma que nada seria possível sem a dedicação, carinho e amor de todos os envolvidos.
Negócios comandados por mulheres têm mais chance de sucesso
De acordo com o economista Carlos Magno Bittencourt, as mulheres possuem mais sensibilidade para gerir os negócios. Ele afirma que elas possuem o espírito de empreender.
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