Dois estudantes de Curitiba ganharam o Aerogel Architecture Award 2024 com o projeto de um museu na cidade. O concurso internacional premia trabalhos criativos com eficiência energética e uso de materiais de aerogel superisolantes.
Os dois estudantes, que cursam Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Paraná (UFPR), propuseram adequar o prédio do antigo Hotel Tassi, no Centro de Curitiba, para abrigar um museu sobre a sua história.
O concurso, organizado pelos Swiss Federal Laboratories for Materials Science and Technology (Empa), está na quarta edição. A divulgação do resultado ocorreu nesta sexta-feira (12).
Aerogel Architecture Award 2024
Os estudantes que ficaram entre os vencedores são Amanda Sayuri Hashimoto e Guilherme Pinheiro. Os dois focaram em preservar as marcas do antigo Hotel Tassi.
O edifício fica na Rua Barão do Rio Branco, número 823. Inaugurada no final do século XIX, o empreendimento abrigou hotéis até a década de 70. Neste período, houve a desativação da Estação Ferroviária, o que prejudicou o fluxo de hóspedes do hotel.
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Um incêndio atingiu o hotel em 1990, que foi tombado na mesma época. Atualmente, o edifício está desocupado na Praça Eufrásio Correia. Através de um levantamento realizado pela arquiteta Haline Ledermann, foi disponibilizado uma modelagem do Hotel Tassi em seu estado atual, de autoria do arquiteto Henrique Steffens, possibilitando o projeto de intervenção mais atualizado e fiel a realidade possível no edifício em ruínas.
Estudantes fazem projeto para preservar edifício de Curitiba
Com o objetivo de preservar o edifício, os estudantes propuseram um sistema estrutural em madeira de produção local que desempenha o papel de ancoragem das paredes do prédio. Para as paredes continuarem originais, os dois criaram um sistema de drywall (chapas de gesso) fixado por estruturas independentes, com contato mínimo com a edificação.
O aerogel, que é um sólido de baixas densidade e condução térmica, ajudou na criação de estratégias que garantissem o aspecto original da edificação.
O uso do aerogel está no sistema de fachada ventilada, no interior do edifício. Assim, ele pode “respirar”. As esquadrias do primeiro pavimento tem venezianas para entrada de ar frio externo, que circula no interior da fachada ventilada e é expelido como ar quente pelas venezianas superiores do edifício.
Dessa forma, o controle térmico por meio do fluxo de ar constante é garantido e, além disso, evita pontos de concentração de umidade.