Estudante de medicina da UFPR morre de câncer raro aos 25 anos

O estudante de medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Mateus Botogoske, de 25 anos, morreu em decorrência de um câncer raro na segunda-feira (5). A morte foi confirmado pela instituição de ensino nas redes sociais. 

A UFPR lamentou a morte do aluno em uma nota de pesar. “Sua coragem e determinação na luta contra o câncer foram inspiradoras para todos nós. Que sua memória continue a ser uma fonte de força e inspiração para aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo. Descanse em paz, Mateus”, diz um trecho da publicação.

O universitário foi diagnosticado com osteossarcoma em 2019, quando retirou um tumor do braço. Desde então, ele lutava contra a doença e contra o plano de saúde, que em 2023 se negou a cumprir uma decisão judicial que exigia a realização de uma nova cirurgia.

Na ocasião, o plano não quis liberar uma nova cirurgia depois que uma metástase foi descoberta no quadril do paciente. Sem poder esperar, em junho, ele conseguiu realizar o procedimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Chamado de Boto pelos amigos, Mateus passou a compartilhar seus dias como paciente oncológico e estudante de Medicina em um perfil no Instagram. A última publicação, no feed da página, feita pelo estudante de medicina da UFPR antes de morrer é do dia 24 de dezembro de 2023. 

Na ocasião, ele mostrou que havia adquirido uma scooter para se locomover, já que não conseguia mais andar.

“É muito bom  recuperar a independência para me locomover novamente, mesmo dentro de casa consigo utilizar a scooter, foi uma excelente aquisição. Gratidão a todos que contribuíram para que esse sonho se realizasse, estou muito feliz com meu presentão de Natal”,

escreveu Mateus.

Estudante de medicina da UFPR apresentou piora

Segundo outra postagem, feita por Helenice Boto, mãe de Mateus, em meados de janeiro, o universitário começou a se sentir mal na véspera do ano novo e foi internado com um quadro infeccioso no dia 4 de janeiro. Já no 11, foi transferido às pressas para a UTI (Unidade de terapia intensiva) com sepse. E, daí para frente, o quadro de saúde do estudante de medicina da UFPR oscilou entre melhoras e pioras. 

“Como o Mateus já falou em outro post, desde início de novembro ele tem entrado e saído do hospital com infecção. Tudo começou em 8/11 com uma infecção na endoprótese do úmero esquerdo, que precisou ser retirada cirurgicamente para seguir o tratamento com antibióticos. Depois disso não teve mais paz’, explicou Helenice. 

A mãe também contou que o rim de Mateus havia sido afetado devido à quimioterapia e ele precisava passar por  hemodiálise três vezes na semana. 

Em uma publicação fixada no topo de seu perfil, Mateus deixou uma mensagem emocionante sobre sua vontade de viver.

“Mas na verdade meu plano é viver o agora. Só que é aquele ‘viver’ que pesa de uma forma diferente, viver de estar vivo e tentando saborear todo momento que vivo e sobrevivo. É um ‘eu quero viver o agora’ que algumas pessoas aqui sentem por dentro também, mas pra outras parece só filosofia. ‘SOBREvivendo mais’ é o nome da minha lista de metas a curto, médio e longo prazo”,

escreveu ele.