O jovem Felipe Guiguel, de 29 anos, denunciou um caso de perseguição e homofobia em Curitiba. O rapaz sofreu as ameaças no fim de novembro e tornou o caso público neste semana.
Nas redes sociais, Felipe publicou um vídeo contando sobre o caso. O jovem ouviu palavras como “Tem um viadinho aqui. Vou te matar” no shopping localizado no bairro Mossunguê, em Curitiba.
No relato, Felipe contou que caminhava no shopping quando decidiu ir ao banheiro. Após sair do local, um homem começou a ameaçar e perseguir o jovem:
“Ao sair do mictório, meu olhar cruzou com o do homem que estava no mictório ao lado. Ele simplesmente falou: ‘Você está fodido, eu vou te matar, você se meteu com a pessoa errada’. Eu fiz uma cara de espanto.
Daí ele apontou o dedo para trás e disse: ‘Estou com um arma, faca, bala’. Eu dei meia volta, saí do banheiro. Foi aí que iniciou uma perseguição, que se estendeu por mais de 570 metros por dentro e fora do shopping”,
disse Felipe.
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Durante a perseguição, o jovem pediu socorro para um segurança do shopping, que não quis ajudar. Felipe recebeu auxílio de um bombeiro civil, que também é funcionário do local.
“Ele estava com o telefone no rosto me descrevendo para alguém, falando que tinha um viadinho no shopping para matar. Eu entrei em pânico”,
relata o jovem.
Homofobia em Curitiba: jovem insiste por meses para investigação continuar
No dia seguinte, Felipe foi até a Polícia Civil do Paraná (PCPR) para registrar boletim de ocorrência. No entanto, o jovem persistiu por quase dois meses para que a investigação continuasse — o que fez o rapaz abrir uma representação na Corregedoria da PCPR sobre o suposto descaso.
Felipe também entrou em contato com o shopping através de um e-mail, porém, os questionamentos não foram respondidos até o momento. “Não tive retorno do shopping. E sinceramente eu não sei como vai ficar esse caso. Mas há um fato: eu vou fazer aquilo que esse homofóbico menos queria que eu fizesse: viver”.
O Massa News entrou em contato com o shopping envolvido no caso. Veja a nota:
“O ParkShoppingBarigüi lamenta o episódio narrado pelo cliente e esclarece que colaborou com as investigações disponibilizando as imagens das câmeras de segurança à Polícia Civil. O shopping reitera que repudia qualquer ato ou manifestação de caráter discriminatório”.
Em nota, a PCPR também se manifestou sobre o caso:
“A PCPR está investigando o caso de homofobia, que aconteceu em um shopping, em Curitiba. Todas as diligências cabíveis estão sendo realizadas a fim de esclarecer a dinâmica do fato. Nos próximos dias, será realizado um retrato falado para auxiliar no andamento das investigações.
A denúncia na Corregedoria está sendo apurada para verificar se ocorreu alguma infração disciplinar por parte dos servidores”.