Juiz do Paraná estava em universidade alvo de ataque nos EUA; veja relato

Um juiz de Palotina, no Paraná, presenciou o atentado que ocorreu na Universidade de Nevada, em Las Vegas (EUA), na quarta-feira (6). O ataque deixou ao menos três mortos.

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Foto: Reprodução/KVVU

Luiz Fernando Montini, 38, é juiz de Direito da Comarca de Palotina. No dia do ataque, ele estava de passagem nos EUA com outros juízes para um curso de técnicas de segurança pessoal, ministrado pela SWAT e pela CIA.

O paranaense e os colegas estavam em uma sala de um bloco da universidade assistindo ao curso quando o tiroteio começou. Segundo Montini, o prédio foi tomado ela polícia e ele chegou a sair da sala para ver o que estava acontecendo.

“No primeiro momento eu fui até o lado de fora, sempre me protegendo atrás das pilastras, para poder entender a dinâmica dos acontecimentos. Uma vez que eu consegui ter uma percepção do que estava se passando, eu retornei à sala”, afirma.

O juiz conta que conseguiu se manter calmo na situação, apesar do pânico do momento, e pode ajudar. Os colegas tinham organizado uma barricada, mas ele os orientou a ficarem no canto da sala.

“Isso daria a um possível atirador uma dinâmica de que existiam pessoas na sala. Tudo que eu queria era dissimular a situação, de modo que ele não entendesse ou imaginasse que não havia pessoas ali”.

Luiz Montini na Universidade de Nevada, horas antes do atentado. Foto: arquivo pessoal

Ação da polícia em atentado em Las Vegas durou menos de cinco minutos

Instantes após o atentado começar, oficiais da SWAT, da CIA e do FBI chegaram até a Universidade de Nevada para controlar a situação. De acordo com Montini, o momento da chegada até a morte do atirador durou entre dois e cinco minutos.

“Eles chegaram, passaram no corredor e falaram para a gente ficar quieto dentro da sala, até o momento que eles foram até o atirador e conseguiram executar o alvo. E a gente ficou. Depois, saímos com a mão pra cima e nos identificamos”.

Montini e os colegas brasileiros conseguiram sair com segurança da universidade. O juiz relata que, apesar do ocorrido, Las Vegas segue com um “clima normal”.

“Há, sim, um clima de comoção, as pessoas estão pensativas a respeito do assunto, mas como é uma cidade muito grande, por mais insano que isso possa parecer, aqui parece mais um dia normal. Infelizmente estes tiroteios têm se tornado rotina nos Estados Unidos”.

O juiz de Palotina disse que a universidade não tinha medidas de segurança, como vigias na porta e detector de metais, e que espera que o governo dos EUA se atente à necessidade de providências.

Ele relata ainda está processando o que vivenciou no atentado na universidade em Las Vegas.

“Espero que os Estados Unidos possam entender a necessidade, infelizmente, de vigias armadas e detector de metais em todas as unidades, sejam elas escolares ou universidades”, afirma. “Hoje eu estou conseguindo falar a respeito, mas ontem foi uma experiência mais profunda. Acho que é uma das fases que a gente demora para poder absorver e para poder entender a dinâmica dos acontecimentos”.

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