Neste sábado (30), completa-se um ano do caso Mariza, mulher que desapareceu em Bocaiúva do Sul, na Grande Curitiba. O suspeito do crime segue preso, mas o corpo até hoje não foi encontrado.
Mariza de Siqueira da Cruz desapareceu em 30 de setembro de 2022, na época com 37 anos. Ela tinha dois filhos, de 13 e 15 anos, e era casada. A mulher foi vista entrando em um carro preto antes de sumir.
O ex-amante da mulher, Sérgio Correia, foi apontado como dono do carro e suspeito do crime. Ele foi preso no dia 11 de outubro, após confessar que atingiu a mulher com facadas.
Em depoimento, Sérgio disse que esfaqueou Mariza na tentativa de se defender após uma discussão. Ele relatou que a deixou viva na beira de uma rodovia, em Bocaiúva do Sul.
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Porém, o corpo da mulher segue desaparecido, apesar das inúmeras buscas que a família e as forças de segurança realizaram. De acordo com o delegado que acompanhou o caso, Mário Bradock, Sérgio segue sem contar o local exato onde deixou Mariza.
“A gente fez o que era possível fazer, fizemos de tudo. Não só eu, da delegacia, mas os Bombeiros, a comunidade, familiares da vítima. Só ele [Sérgio] sabe onde o corpo está”.
O inquérito do caso foi concluído e Sérgio segue preso na Casa de Custódia de Piraquara. O delegado Bradock suspeita que o homem tenha enterrado o corpo da mulher.
“Quem sabe ele ainda fale onde é que ele pôs o corpo. O silêncio é sinal que ele enterrou e não quis entregar a informação. Talvez tenha uma terceira pessoa envolvida nisso, e ele está segurando, aguardando, está quieto”.
Justiça aguarda defesa de Sérgio para andamento do caso Mariza
Durante meses, familiares de Mariza fizeram buscas por Bocaiúva do Sul para encontrar o corpo da mulher, de acordo com o advogado Ronaldo Tszesnioski.
“A família continua abalada pela perda, ainda mais sem saber o paradeiro do corpo e não poder dar a ela um sepultamento digno. Foram realizadas por conta própria, durante vários meses, diversas buscas pelo local e imediações onde o acusado Sérgio alega ter deixado o corpo da Mariza”.
Mesmo sem a localização do corpo, o advogado acredita que Sérgio será julgado por feminicídio e ocultação de cadáver, crimes pelo qual ele foi denunciado.
“Apesar da não localização dos restos mortais da Mariza, a materialidade do crime é provada por outros meios, como o vídeo da Mariza entrando no carro do Sérgio na noite que desapareceu, testemunhas que viram ambos juntos naquela noite, confissão do acusado e vestígios de sangue localizados no interior do veículo”.
O processo do caso Mariza está nas fases finais, com os representantes da família de Mariza e o Ministério Público já tendo apresentado as provas contra Sérgio.
Porém, até a data de publicação desta matéria, a defesa de Sérgio Correia ainda não tinha apresentado as últimas alegações, porque os advogados dele deixaram o caso. No dia 28 de setembro, um defensor público foi intimado a representar Sérgio, a pedido da família do homem.
Após o acusado ter uma nova defesa, a Justiça deve decidir se o caso vai júri popular. A família de Mariza confia na resolução do caso.
“A família de Mariza está confiante na decisão de pronúncia, o que remeterá o acusado para julgamento perante o tribunal do júri, onde se espera que a justiça seja feita”, diz Tszesnioski.
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