A mãe biológica de Ágata Sofia Saraiva, suspeita de ter raptado a filha na última quinta-feira (11), pode ter planejado o sequestro junto com seu namorado. O caso aconteceu em Cascavel, no Oeste do Paraná.
Em entrevista ao Massa News, Marta Santos, que acolheu Ágata, afirmou que a mãe biológica pode ter descoberto o endereço dela porque ela visitava a criança semanalmente.
“Em uma dessas visitas monitoradas ela deve ter colocado alguém para seguir o motorista na hora que ele veio me trazer a Ágata. […] Eu acredito que seja dessa maneira que ela descobriu o meu endereço”,
diz Marta.
No dia em que a menina foi raptada no Paraná, a mãe acolhedora afirmou que Ágata não estava sozinha. O filho mais velho de Marta estava com a criança na calçada, na rua Nhambiquaras, no bairro Santa Cruz, quando o crime aconteceu.
“Eu escutei ele [o filho] gritar e quando eu saí correndo, vi que a menina estava entrando no carro com a Ágata no colo. Eu corri atrás e quase encostei no carro, mas não consegui porque a minha intenção era abrir a porta para pular dentro. Mas infelizmente não consegui”,
conta a mãe acolhedora.
Veja também:
- Menina raptada no Paraná: carro usado em sequestro é achado
- Caso Ágata Sofia: Justiça decreta prisão de suspeitos de rapto
Desde então, população e forças de segurança se mobilizam na tentativa de encontrar Ágata — que está desaparecida há uma semana. A mãe biológica se chama Emily Santos Saraiva, de 18 anos, natural de Suzano (SP). O namorado dela foi identificado como Maicon Henrique Paco. Ambos devem responder por sequestro, cárcere privado e subtração de incapaz.
Mãe acolhedora diz que “faria qualquer coisa” para adotar Ágata Sofia
Marta faz parte do Programa Família Acolhedora há 10 anos. Neste período, ela já abrigou outras cinco crianças e adolescentes. “Ágata é a sexta criança, então já acolhi três adolescentes e três crianças”, relembra.
Ágata estava em acolhimento desde o nascimento por estar em situação de risco e seria encaminhada para adoção depois do fim do processo de destituição do poder familiar.
“A família biológica não apresentava condições de estar zelando, cuidando, dando carinho, amor e respeito a essa criança e a colocando em risco. Por esse motivo ela foi acolhida, protegida, na modalidade acolhimento familiar”,
disse o secretário de Assistência Social de Cascavel, Hudson Moreschi.
A adoção da menina é um desejo de Marta, que afirmou que “faria qualquer coisa” para tê-la como filha. “Eu com certeza faria qualquer coisa se eu soubesse que o juiz me daria Ágata. Se eu soubesse que ele me daria a Ágata eu sairia da Família Acolhedora e a adotaria”, diz.
Caso Ágata Sofia: Justiça decreta prisão de suspeitos de rapto
Principais suspeitos do crime, a mãe biológica da criança e o namorado dela tiveram a prisão decretada pela Justiça. Com a medida, o casal passa a ser foragido.
Como a criança foi retirada sem autorização da família acolhedora, definida pelo Poder Judiciário, o caso é considerado um rapto.
O carro usado no sequestro foi encontrado em uma propriedade rural e seria do sogro da mãe biológica da menina. O casal, no entanto, ainda não foi encontrado — assim como Ágata.
Com o sequestro completando uma semana, Marta revela que seu sonho é rever a menina novamente. “O dia que eu conseguir abraçar a Ágata novamente eu quero dizer que ela fez muita falta e que eu a amo demais. […] O meu sonho é poder ver ela no meu colo novamente”, finaliza.
As buscas por Ágata Sofia seguem no Paraná. Qualquer informação pode ser repassada para o telefone da Polícia Civil, ou telefones 153 e 190.