A Justiça aceitou a denúncia contra os guardas municipais Edilson Pereira da Silva e Edmar Teixeira Junior, agentes envolvidos na morte de Caio José Ferreira de Souza Lemes, de 17 anos, em Curitiba. A autorização ocorreu nesta sexta-feira (1°).
Com a medida, Edilson se tornou réu pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio que impossibilitou a defesa da vítima, e por fraude processual. Já Edmar é réu pelo crime de fraude processual.
O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou Edilson, no dia 30 de maio, por homicídio doloso (quando há intenção de matar). No documento, o MPPR sustenta que a única motivação para o guarda municipal atirar contra Caio José teria sido o fato do jovem não obedecer à abordagem realizada por ele e outros dois agentes.
Além disso, a Promotoria argumenta que o tiro foi disparado quando o rapaz já estava rendido, de joelhos e com as mãos na cabeça, sem oferecer resistência. Edmar teria ajudado Edilson a colocar uma faca perto do corpo da vítima com o objetivo de simular legítima defesa, segundo o MPPR.
Por isso, os dois guardas foram denunciados também por fraude processual. O terceiro agente envolvido na trágica abordagem não participou dessa situação e atuou como testemunha do caso, portanto, não foi denunciado.
Caso Caio José
O caso Caio José aconteceu no dia 25 de março na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Os guardas municipais relataram no boletim de ocorrência que o jovem tirou uma faca de 25 centímetros do boné e reagiu à abordagem, e Edilson alegou que atirou para se defender.
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Durante a investigação sobre a morte de Caio José, testemunhas negaram que o jovem estivesse armado. A situação ganhou novos contornos quando um terceiro guarda que também estava na abordagem revelou que o jovem não estava com uma faca.
A sindicância interna feita pela Guarda Municipal confirmou que foram constatados indícios de irregularidades.