A defesa de Daniele Stuart, farmacêutica de Curitiba que vendeu o curso on-line de peeling de fenol para Natalia Becker, se manifestou sobre a investigação policial. Becker é a dona da clínica responsável pelo procedimento que resultou na morte de Henrique Chagas, de 27 anos, em São Paulo (SP).
A Polícia Civil de São Paulo pediu para a Polícia Civil do Paraná investigar Daniele Stuart, por suspeita de exercício irregular da medicina. De acordo com o advogado da farmacêutica, Jeffrey Chiquini, ela é habilitada para aplicar a técnica e oferecer o curso.
“Doutora Daniele é uma profissional respeitada, especialista na área gabaritada, que forneceu um curso de acesso livre conceitual, que já foi acessado por mais de 3 mil alunos, sem haver qualquer reclamação”, afirma.
Chiquini disse ainda que Natalia Becker não era autorizada a fazer o curso, pois na plataforma Daniele indica que apenas profissionais habilitados por seu conselho de classe devem acessar o material.
“Acontece que ela [Daniele Stuart] não tem controle de quem acessa esse curso on-line, mas afirmamos que em momento algum a doutora Daniele teve contato com essa pessoa que é acusada de autoria de homicídio”, diz Chiquini.
Suspeita teria aplicado peeling de fenol usando técnicas não recomendadas
No comunicado à imprensa, o advogado Jeffrey Chiquini também afirma que Natalia Becker não seguiu o protocolo recomendado pelo curso oferecido por Daniele Stuart.
“A partir do vídeo compartilhado, é possível perceber que
Natalia fez uma espécie de ‘ranhuras’ profundas na face do paciente, ato realizado sem nenhum tipo de coerência ou justificativa técnica, pois nenhum tipo de peeling, nem mesmo o mais leve, pode ser aplicado na pele com algum tipo de ferimento ou lesão, quanto menos provocar esse tipo de ferimento como etapa prévia ao processo de
peeling”, explica o advogado.
A defesa da farmacêutica ainda afirma que outros alunos do curso apoiam a profissional e dizem que o protocolo ensinado por Stuart “diverge grandemente das imagens
divulgadas pela mídia em que Natalia realiza o seu próprio
protocolo de peeling de fenol”.
O caso aguarda manifestação da Polícia Civil para decidir se eles alunos que fizeram o curso irão prestar depoimento.
Em nota, a defesa reforçou que a farmacêutica tem autorização para aplicar e ministrar cursos relacionados a esses procedimento:
“A notícia de que o paciente de Natalia Becker veio a óbito causou profunda comoção à dra. Daniele e sua equipe, que manifestam solidariedade aos seus amigos e familiares.
E ainda destaca-se que, na condição de farmacêutica especialista em estética, detém autorização para aplicar e ministrar cursos relacionados a esses procedimentos, conforme autorizações constantes das Resoluções 616/2015 e 645/2017 do Conselho Federal de Farmácia – CFF, as quais se encontram válidas e em pleno vigor.
Desta forma, torcemos para que a justiça seja feita e os responsáveis pela fatalidade sejam devidamente responsabilizados, bem como as circunstâncias do caso sejam efetivamente elucidadas, o que certamente demonstrará a incompatibilidade do procedimento realizado com o que é ensinado com cuidado e ética no curso da Dra. Daniele Stwart”,diz a defesa.
O peeling de fenol promete rejuvenescer a pele e deixa o paciente com uma aparência de até 10 anos mais jovem. Contudo, o procedimento é agressivo e pode ter efeitos colaterais gravíssimos, como arritmia e até parada cardíaca, além de alergias, problemas no coração e no fígado.
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