O julgamento de Erik Busetti terminou na madrugada desta sexta-feira (5) em Curitiba. O delegado foi condenado a 38 anos, 10 meses e 18 dias de prisão pela morte da esposa Maritza Guimarães de Souza e a enteada Ana Carolina de Souza em março de 2020.
O delegado também perdeu o cargo de delegado de polícia e a guarda da filha de 12 anos. Depois de quatro dias, sete testemunhas, dois assistentes técnicos e quase 50h, o julgamento de Erik Busetti contou com depoimentos, interrogatórios e debates no Tribunal do Júri de Curitiba.
A pena pela morte de Maritza, esposa dele, foi de 19 anos e cinco meses. A condenação pelo assassinato de sua enteada, Ana Carolina, foi a mesma: 19 anos e cinco meses.
Julgamento de Erik Busetti
O advogado de Erik, Claudio Dalledone, informou que irá recorrer da decisão. Ele afirmou que a diferença pela existência ou não de feminicídio foi de apenas um voto.
Para os advogados que acompanhavam a família de Maritza e de Ana Carolina, essa era a pena que se esperava. “Saímos com sentimento de Justiça […] A família da Maritza se sente com Justiça, encerramento de um ciclo”, diz Louise Mattar Assad.
“Com certeza era o que nós esperávamos. Foram quatro anos e quatro meses para um julgamento de quatro dias […] Estamos muito felizes”,
diz Samuel Rangel, advogado de acusação.
Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil. A filha dela tinha 16 e era estudante do ensino médio. As duas foram assassinadas dentro da própria casa.
Júri de Erik Busetti: relembre o caso
O delegado Erik Busetti foi condenado por duplo feminicídio e câmeras de segurança registraram os momentos do crime. Ele matou sua esposa e a enteada dentro da própria casa.
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No vídeo, divulgado com exclusividade pela Rede Massa | SBT em outubro do ano passado, é possível ver que o casal discutiu e a mulher foi agredida com vários socos. Na sala de casa, o delegado saca a arma e atira contra esposa e enteada.
No momento dos tiros, as duas se abraçaram na tentativa de se protegerem, mas não resistiram aos ferimentos e morreram abraçadas no sofá da casa.
Na casa onde o crime foi cometido, havia ainda uma criança de 9 anos, filha do casal. O próprio delegado levou a menina até a casa dos vizinhos e disse que “fez uma besteira”. Ele mesmo ligou para a polícia confessando os crimes.