Os casos de Hepatite A em Curitiba em 2024 chegaram a 204, informou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta segunda-feira (13).
O alto número configura surto da doença na capital paranaense, diferente de anos anteriores, quando eram contabilizadas poucas contaminações pelo vírus A da Hepatite.
A série histórica da Hepatite A em Curitiba, entre 2012 e 2023, contabiliza 134 casos no período, com uma média de 12 confirmações ao ano.
Segundo análise do Centro de Epidemiologia da SMS, a maioria dos casos acomete adultos jovens, principalmente homens entre 20 e 39 anos (157 confirmações – 77%). As mulheres correspondem a 23% dos casos (47 confirmações).
“A atenção à higiene é a principal orientação. Tanto na hora de se alimentar e depois de usar o banheiro, quanto nas relações sexuais, que devem ser protegidas com o uso de preservativos”, orienta o médico Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da SMS.
De acordo com Oliveira, o vírus da Hepatite A pode permanecer ativo nas fezes da pessoa que foi contaminada por até cinco meses, mesmo depois de não apresentar mais sintomas. “Essa é uma característica do vírus que mostra seu potencial de transmissão e que determina atenção para evitar novos casos”, alerta o médico.
Casos de Hepatite A em Curitiba
Geralmente benigna e mais comum entre crianças, que apresentam casos leves da doença e com rápida recuperação, a Hepatite A em adultos pode ser mais grave, comprometendo de forma aguda o fígado, o que pode levar a internamentos e até a morte.
Dos 204 casos confirmados, 46% necessitaram internamento (93 pessoas) e 4,5% (9 pessoas) precisaram de cuidados intensivos em UTI. Um homem de 46 anos precisou de transplante hepático em função da Hepatite A aguda. Em 2024, três pessoas morreram em Curitiba em decorrência da doença: uma mulher de 29 anos e dois homens, de 40 e 60 anos.
Desde 2014, a vacina contra Hepatite A está disponível no SUS para crianças até 5 anos, além de grupos de pessoas com imunossupressão. Só é necessária uma dose da vacina contra a Hepatite A para garantir imunidade contra a doença. Quem teve hepatite na infância também está protegido contra o vírus.
“Com as crianças protegidas por meio da vacina, o vírus encontrou o público adulto jovem vulnerável, que é a faixa etária predominante no surto da doença este ano em Curitiba”, explica Alcides de Oliveira.