Neste domingo, 29 de maio, completam-se dois meses desde que a Prefeitura de Curitiba retirou a obrigatoriedade do uso das máscaras em ambientes fechados. Desde então, a média móvel de novos casos da doença aumentou mais de 1100%, mas a capital não deve tomar novas medidas restritivas.
O decreto da liberação das máscaras, que começou a valer em 29 de março, passou a exigir o equipamento de proteção respiratória apenas nos serviços de saúde. Nesse dia, a média móvel de novos casos por dia estava em 126.
Já no boletim da última sexta-feira (26), o último divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS), a média móvel estava em 1598 – um crescimento de 1168,25%.
Essa alta na transmissão da covid-19 levou a prefeitura a recomendar novamente o uso de máscaras em lugares com aglomeração no dia 20 de maio.
Curitiba não deve voltar a obrigar uso de máscaras
O número de óbitos e internamentos, porém, não apresenta o mesmo aumento dos novos casos e casos ativos. Enquanto no dia 29 de março a capital tinha a média móvel de óbitos em 1,71, no boletim do dia 26 de maio esse número estava em 2,71.
A taxa de ocupação dos 15 leitos de UTI SUS preferenciais para covid-19 estava em 47% na sexta-feira, com oito leitos livres; já a taxa dos 25 leitos de enfermaria estava em 68%. No auge da pandemia, havia na cidade mais de 500 leitos de UTI.
Em entrevista para o Massa News, a secretária municipal da saúde, Beatriz Battistella, afirma que o momento que Curitiba está em maio de 2022 é diferente do vivido nos outros meses da pandemia. A principal mudança é que, mesmo com a alta transmissão, a doença está menos letal.
“Há uma diferença gritante na apresentação da pandemia que se traduz nesse resultado. É uma pena que temos que falar dos óbitos, porque é muito triste, mas é uma diferença importante. Em 2022 nós temos muito mais casos, menos internamentos e menos óbitos. Isso em razão da vacina”.
O crescimento de novos casos e casos ativos podem ser reflexo tanto do fato de que a população não está usando máscaras nas últimas semanas como da chegada do inverno, que viabiliza uma transmissão maior de doenças respiratórias no geral. Apesar disso, segundo a secretária municipal, ainda não é necessário que a prefeitura obrigue novamente o uso do equipamento de proteção, que foi um importante meio de conter o vírus em 2020 e 2021.
“Até 2021 a gente não tinha vacina, então era muito importante que todos ficassem o tempo todo de máscara. A doença continua grave, mas como agora temos a proteção extra da vacina, ela se torna menos grave”.
“Se a gente manter esse perfil que estamos hoje, que apesar de termos muitos casos temos poucos internamentos e óbitos, a gente pode sim manter a medida atual”,
conclui a secretária Beatriz Battistella.
A SMS, no entanto, segue avaliando os indicadores da doença para levantar medidas em caso de melhora ou piora no cenário.
Busca pelas doses de reforço da vacina diminuiu
A vacina contra a covid-19 está se mostrando o principal motivo da redução do número de óbitos pela doença em todo o Brasil. A população, porém, está deixando de tomar as doses de reforço, chamadas de terceira e quarta doses.
“Não é porque hoje a doença está circulando com mais intensidade e menor gravidade que eu não preciso fazer essas doses”, afirma a secretária Beatriz Battistella, que também diz que os óbitos pela covid-19 estão ocorrendo em pessoas ou com comorbidades graves ou que estão com o ciclo vacinal incompleto. “A doença está menos grave porque estamos vacinados. Se a pessoa não está no seu esquema vacinal atualizado, pode ter um problema”.
A vacina contra o coronavírus está disponível em todas as regionais de Curitiba. O cronograma e os endereços dos locais que aplicam a imunização podem ser conferidos no site Imuniza Já.
Pessoas com sintomas respiratórios devem se isolar e buscar atendimento
Na capital, a SMS reorganizou o fluxo das unidades de saúde para atender toda a população que apresente sintomas respiratórios. A primeira orientação é se isolar e usar máscaras, mesmo dentro de casa.
Desde o final de abril, 11 unidades estão funcionando como pontos de atendimento de adultos e crianças com sintomas respiratórios leves e moderados.
Os moradores com sintomas respiratórios leves, porém, devem optar pela teleconsulta pelo telefone 3350-9000. O atendimento da central é de domingo a domingo, das 8 às 20h. A pessoa poderá passar por consulta telefônica com a enfermagem e médicas em caso de necessidade. A central também pode emitir termo de isolamento e prescrição de medicamento, caso necessário.
Para pessoas com sintomas graves, a orientação é procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funciona todos os dias com atendimento 24 horas. Em caso de agravamento no quadro clínico, o paciente será internado na UPA ou encaminhado a um hospital.
Confira aqui quais sintomas respiratórios são considerados leves, moderados e graves.