O suspeito de matar Oziel Branques dos Santos, esfaqueado após defender um casal que sofreu homofobia e transfobia em um ônibus de Curitiba, ficou em silêncio no depoimento na delegacia. O homem segue preso.
O caso aconteceu na noite deste domingo (16). De acordo com a Polícia Militar, o crime foi cometido por uma dupla que estava dentro do ônibus que faz a linha Santa Cândida/Capão Raso. No trajeto, os criminosos começaram a provocar e ofender um casal homoafetivo que também era passageiro do coletivo.
Quando o veículo chegou na estação-tubo da Avenida João Gualberto, no Alto da Glória, Oziel ficou inconformado com a homofobia praticada pelos dois e tentou defender o casal. Ele foi brutalmente esfaqueado e morreu dentro do ônibus.
O suspeito foi preso alguns minutos após o crime, junto com om sobrinho adolescente que estava com ele. No depoimento, mostrado no programa Tribuna da Massa, da Rede Massa | SBT, ele fica em silêncio diante de todas as perguntas do policial.
Ele também não disse nada sobre ter sido indiciado por um outro homicídio, ocorrido no dia 6 de junho em Curitiba.
Oziel Branques foi sepultado nesta terça-feira
O sepultamento de Oziel Branques ocorreu na tarde desta terça-feira (18) no Cemitério Municipal do Santa Cândida.
O Grupo Dignidade, coletivo que defende os direitos da população LGBTQIA+, emitiu uma nota de pesar pelo falecimento.
“Oferecemos nossas mais sinceras condolências à família e aos amigos do homem que, em um gesto de extrema bravura, se levantou contra a injustiça e a intolerância. Sua empatia não será esquecida e deve servir como um poderoso lembrete da necessidade de combatermos o ódio e a violência em todas as suas formas. […] Lamentamos profundamente que uma atitude tão nobre tenha encontrado um fim tão trágico. Também nos solidarizamos com Camila Dias Marçal e Jean Carlos de Oliveira, que foram vítimas desse ato de violência. É inaceitável que em nossa sociedade ainda ocorram ataques motivados pelo preconceito e pela intolerância“.