Curitiba completa 330 anos nesta quarta-feira (29) e parte da sua memória está bem à vista de moradores e turistas: os prédios históricos. Visitá-los pode ser uma excelente forma de comemorar o aniversário da capital paranaense, já que a arquitetura é um livro a céu aberto, pronto para ser desvendado e interpretado.
Especialista em Restauro em Arquitetura, Caroline Ganzert Afonso diz que as edificações históricas permitem uma excelente leitura sobre a cidade e ainda que o patrimônio de Curitiba tenha sofrido com a falta de leis mais severas de conservação, o que levou à destruição de prédios históricos para a construção de novos edifícios, existe um rico acervo a ser conhecido.
“As construções históricas são documentos que possibilitam uma ampla investigação sobre a cidade”, ensina a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país.
Pensando nos 330 anos de Curitiba, a arquiteta e urbanista sugere um tour comemorativo.
- O roteiro começa na Casa Romário Martins, no Largo da Ordem, um dos raros exemplares de arquitetura colonial da cidade.
- O passeio continua pela Igreja da Ordem, seguindo pela rua Dr. Claudino dos Santos e passando pelo Memorial de Curitiba – outro interessante edifício com inspirações paranistas em sua estrutura.
- De lá, o visitante segue até o famoso “Cavalo Babão” – uma escultura em homenagem aos tropeiros.
- As próximas paradas são a Igreja do Rosário e o Palacete Garibaldi (exemplares da arquitetura eclética da cidade).
- A visitação continua pela Av. Jaime Reis, passando pelas Ruínas de São Francisco e pelo Belvedere, recentemente restaurado e um belo exemplar com características Art Nouveau.
- Ainda pela Av. Jaime Reis, na esquina com a Rua Portugal, a atenção é para uma das primeiras casas modernistas brasileiras, a Casa Kirchgassner.
Além de interessante do ponto de vista histórico, já que o visitante “viajará” por diferentes períodos da história da arquitetura e de Curitiba, o percurso recomendado pela arquiteta e professora do UniCuritiba tem outra vantagem: pode ser feito a pé. “Quem escolher o domingo para apreciar a região tem ainda a Feirinha do Largo como atrativo”, lembra Caroline.
Exemplos de preservação
A professora do UniCuritiba explica que a arquitetura e a cidade caminham juntas. “A arquitetura é a escala do cotidiano e das pequenas ações no espaço. Já a cidade é a somatória e a relação entre essas pequenas ações.”
Por este motivo, complementa Caroline, a preservação do patrimônio histórico é tão importante. “Curitiba tem exemplos muito interessantes de preservação, que vão além da conservação da edificação. São locais que propõem ações de conscientização sobre a relevância do patrimônio para a cidade e para seus habitantes”, comenta.
- Fotógrafo faz ‘antes e depois’ de Curitiba com fotos de 100 anos atrásy
- Linha Turismo de Curitiba terá nova tarifa a partir desta quarta
Três exemplares desta preservação ideal, na avaliação da arquiteta e urbanista, são o Paço da Liberdade (antiga sede da Prefeitura e hoje endereço do SESC), o Palacete dos Leões (sede histórica do BNDE) e a Catedral de Curitiba. “Todos esses locais têm visitas guiadas que podem ser feitas após agendamento e, por isso, são passeios imperdíveis para moradores e visitantes”, informa a professora.