No primeiro semestre de 2023, o Paraná registrou 156 mortes em confrontos com policiais militares. O número foi divulgado nesta terça-feira (12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (PMPR).
O balanço do Gaeco indica que houve queda de 37,8% no número de mortes, em relação ao primeiro semestre de 2022. O número de 2023 também é 32,5% menor do que o do segundo semestre do ano passado.
Além dos óbitos envolvendo confrontos com a PM, também houve duas mortes em confrontos com guardas municipais (em Curitiba e Cascavel), totalizando 158 óbitos em confrontos com forças de segurança. Não houve registro de morte causada por policiais civis.
Nenhuma das vítimas era policial ou guarda municipal.
De acordo com o MPPR, este controle estatístico realizado pelo Gaeco tem o objetivo de contribuir para diminuir a violência das abordagens conduzidas pela polícia.
Cidades do Paraná com mais mortes em confrontos com a PM
O Gaeco contabilizou a lista dos municípios que tiveram mais mortes nos confrontos com policiais militares. A capital Curitiba registrou 32 mortes, seguida por Londrina (16) e Apucarana (8). Veja a lista:
Município | Número de mortes |
---|---|
Curitiba | 32 |
Londrina | 16 |
Apucarana | 8 |
Foz do Iguaçu | 7 |
Cambé | 6 |
Piraquara | 6 |
São José dos Pinhais | 5 |
Ponta Grossa | 4 |
Terra Boa | 4 |
Oito municípios registraram três mortes cada um, sendo estes: Cambira; Guarapuava; Morretes; Paranaguá; Pato Branco; Quatro Barras; Rolândia e São Mateus do Sul.
Foram registradas duas mortes em confronto com a PM em cada uma das seguintes cidades paranaenses: Araucária; Balsa Nova; Campina Grande do Sul; Cianorte; Colombo; Marialva; Paranavaí; Pinhais; Pontal do Paraná; Sarandi e Toledo.
Já 22 municípios contabilizaram, cada um, uma morte em confronto com policiais miliares. São eles: Almirante Tamandaré; Arapongas; Arapoti; Cambará; Campo Largo; Campo Magro; Capanema; Florestópolis; Goioxim; Ivaí; Jacarezinho; Jaguariaíva; Jandaia do Sul; Jataizinho; Laranjeiras do Sul; Maringá; Matinhos; Mauá da Serra; Novo Itacolomi; Santa Maria do Oeste; Sertaneja e Telêmaco Borba.
Metade das vítimas eram pardas
O Gaeco detalhou o perfil das 158 vítimas de confrontos com forças de segurança em relação à cor da pele e faixa etária. Veja:
- 79 vítimas pardas (50%)
- 7 vítimas negras (44,5%)
- 72 vítimas brancas (45,6%)
Faixa etária
- 12 vítimas (7,6%) entre 13 e 17 anos;
- 87 (55,1%) entre 18 e 29 anos;
- 56 (35,4%) entre 30 e 59
- 3 (1,9%) com 60 anos ou mais.
O Massa News procurou a PM e a Guarda Municipal para falar sobre os números. A Polícia Militar informou que não vai se manifestar.
Em nota, a GM disse que os confrontos são apurados internamente.
A Guarda Municipal de Curitiba esclarece que qualquer situação de confronto em que haja disparo de arma de fogo com munição letal ou menos letal, ainda que não resulte em morte, é apurada pela Corregedoria da Guarda Municipal de Curitiba.
Por meio do procedimento é verificada a existência de eventual irregularidade e o uso adequado do armamento, com as devidas providências previstas em regimento interno da corporação.
A corporação obedece ainda a protocolos internacionais de emprego da força.