A Ilha do Mel ficou mais limpa nesta semana. Um mutirão organizado pelo Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), recolheu quase uma tonelada de lixo marinho do local, um dos mais emblemáticos pontos turísticos do Paraná.
A ação ocorreu na terça (17) e quarta-feira (18) e contou com o apoio da ONG Eco Local Brasil, especializada no descarte indevido de resíduos plásticos no meio ambiente, e da Marinha do Brasil.
O time de 25 voluntários encontrou de tudo na Ilha, de chinelos usados passando por isqueiros, capacetes e até cadeiras plásticas. Também foram coletados objetos leves, grande parte de plástico, que a maré carrega até próximos aos bolsões de areia da praia.
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“O Paraná é referência em sustentabilidade para o País, o estado mais sustentável do Brasil. E o pedido do governador Carlos Massa Ratinho Junior é para que movimentos como esse sejam intensificados”, destacou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza. “A comunidade comprou a ideia do mutirão e isso ajuda muito na conscientização, na educação ambiental de todos”.
Coordenador de atividades da Eco Local Brasil, Filipe Oliveira liderou o mutirão no Litoral. Segundo ele, o lixo encontrado na Ilha não é proveniente de moradores ou turistas, mas do descarte impróprio realizado em outros pontos do Litoral. “A Ilha do Mel tem uma gestão de resíduos muito avançada, a comunidade local e os visitantes entenderam bem o processo. Esses objetos que recolhemos são pequenos, leves, normalmente de plástico, que o movimento do mar empurra para as praias”, disse.
Em um processo de logística reversa, os resíduos recolhidos foram encaminhados para uma cooperativa de coletores de Pontal do Paraná, também no Litoral. O material será separado, pesado, prensado e retornará para a indústria como novas embalagens, gerando renda para os moradores da região.
“É uma união de esforços para combater o lixo marinho. Essa parceria existe há três anos e a cada três meses promovemos mutirões para limpar essa unidade de preservação ambiental tão importante para o Paraná”, afirmou Evelyn Jaques de Almeida, coordenadora do escritório do IAT responsável pela Ilha do Mel.
Kaiana Luisse Bueno é moradora da Ilha e passou boa parte da manhã desta quarta-feira com luvas e sacos reforçados buscando tirar do mar e da areia tudo aquilo que é prejudicial ao meio ambiente. “Esse é o lugar que eu mais amo no mundo. Frequento a Ilha do Mel desde criança e há três me mudei para cá. Essa ação foi uma junção de propósitos. É a minha retribuição por morar no paraíso”, ressaltou.
Cerca de 95% da superfície da Ilha do Mel constitui uma Estação Ecológica, criada por decreto em 1982, para preservação e reconstituição de manguezais, restingas, brejos litorâneos e caxetais. Os outros 5% do território formam um Parque criado em 2002 para recuperação dos ambientes naturais remanescentes das praias e costões rochosos, importantes para proteção da Diversidade Biológica.
As áreas de preservação possuem como entorno belíssimas praias e atrativos turísticos, como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, o Morro do Farol e a Gruta das Encantadas, que, ao longo dos anos, transformaram a Ilha do Mel num dos pontos mais visitados por turistas brasileiros e estrangeiros no Paraná.
Informações da AEN