A Polícia Civil revelou mais detalhes sobre o brutal assassinato de Ana Paula Campestrini, ocorrido na última terça-feira (22) no bairro Santa Cândida, em Curitiba.
Os dois principais suspeitos de praticarem o crime foram presos na manhã desta quinta-feira (24) e foram identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, ex-marido de Ana Paula, e Marcos Antônio Ramon. Os indícios levantados pela polícia indicam que Ana Paula pode ter sido vítima de uma emboscada.
- Mulher executada não tinha antecedentes e polícia pede ajuda pra localizar autor
- Dois suspeitos de envolvimento na morte de mulher em Curitiba são presos pela DHPP
A princípio, Oganauskas teria encomendado a morte da ex-esposa e Ramon teria sido o responsável pela execução, que foi registrada por câmeras de segurança na entrada do condomínio onde a vítima morava há menos de um mês.
De acordo com a polícia, uma das possíveis motivações seria a briga pela guarda dos filhos do casal. Ana Paula, inclusive, estaria sendo impedida de ver os filhos, conforme revelou a delegada Tathiana Guzella em participação ao vivo no Tribuna da Massa, da Rede Massa.
“A Ana Paula só via os filhos da rua, ela só conseguia ver eles de longe brincando no clube”, esclarece a autoridade policial. Esse clube ao qual se refere a delegada fica no bairro Cristo Rei e é onde os filhos do ex-casal praticavam atividades esportivas e recreativas.
Há cinco processos na Justiça envolvendo a guarda das crianças, segundo a delegada. O ex-marido de Ana Paula é presidente desse clube, e o suposto atirador é diretor dessa mesma entidade.
A delegada revela que Ana Paula foi convidada a fazer uma carteirinha para frequentar esse mesmo clube e, assim, poder ficar mais perto dos filhos. Minutos depois de fazer o cadastro e conseguir a carteirinha, ela voltou para casa e foi assassinada no portão do condomínio.
A polícia acredita que ela foi seguida por Ramon desde sua saída do clube até chegar ao novo endereço. Por isso, existe a forte suspeita de que o crime foi premeditado.
“No próprio clube houve pessoas que informaram ao atirador o momento em que ela estava saindo”, aponta a delegada. “O atirador tinha informações privilegiadas, já que foi ele quem marcou horário pra ir ao clube e definiu a hora em que ela deveria estar ali”, acrescenta.
A moto usada pelo assassino não tinha placas e, conforme testemunhas revelaram à polícia, estava escondida em um dos galpões do clube dias antes do assassinato.
Os dois suspeitos já tinham antecedentes criminais e serão ouvidos na tarde desta quinta-feira. Eles ainda não se manifestaram oficialmente sobre o crime e a polícia espera que eles confessem a autoria do crime. Eles devem responder por homicídio qualificado com pelo menos duas qualificadoras: impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio.