Um professor da educação infantil de Roncador, no interior do Paraná, foi denunciado pelo Ministério Público do estado (MPPR) por tortura e exposição de um aluno de 4 anos. Ele é suspeito de obrigar a criança a comer o próprio vômito, segundo o MPPR.
Conforme consta na denúncia, o professor submeteu a criança “a intenso sofrimento físico e mental como forma de aplicar castigo pessoal”. O caso foi registrado em setembro do ano passado, mas só veio a público em março deste ano.
“Após a criança se recusar, por diversas vezes a se alimentar, em tom intimidador e alterado, o denunciado, na condição de professor, na frente dos demais alunos, posicionou-se em frente à criança e levou o talher com alimento até a boca da infante, contra a sua vontade, fazendo-a engolir a refeição, o que provocou vômito na criança e, em seguida, deu o alimento com o vômito para a criança ingerir, gerando nova regurgitação”, diz a denúncia do MPPR.
De acordo com a Promotoria, a investigação apontou que o professor ainda ameaçou testemunhas e também foi denunciado pelo crime de coação no curso de processo.
Professor obriga aluno a comer o próprio vômito
O MPPR também denunciou a professora auxiliar da turma pelo crime de tortura, já que ela teria presenciado o crime e se omitiu, “deixando de atuar para evitar o sofrimento da vítima, que também estava sob sua autoridade”.
Conforme consta na denúncia, ela não agiu para defender a criança e também não auxiliou ou acalmou o aluno depois das agressões.
Administração pública denunciada por omissão
A diretora do Centro Municipal de Educação Infantil e o secretário da Educação do Município também foram denunciados pela prática do crime de omissão de comunicação sobre caso de violência, pois não informaram as autoridades nem a rede de proteção do município.
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A Promotoria alega que os dois deixaram de comunicar à autoridade pública a “prática de violência, de tratamento cruel e degradante praticada contra a criança”.
O secretário foi oficiado pelo Conselho Tutelar, com pedido de informações sobre os fatos, mas não respondeu, “impedindo, assim, que aquele órgão aplicasse imediatamente as medidas de proteção adequadas ao caso.”
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Roncador e com a defesa dos envolvidos para um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.