A Polícia Civil concluiu a investigação de um duplo homicídio que deixou um casal morto em Ponta Grossa em setembro do ano passado. Luiz Arthur Bach Xavier e Rubiane Aparecida Mayer foram mortos por engano no bairro Oficinas, conforme revela o inquérito policial.
No total, sete pessoas tiveram participação no crime e foram indiciados pelos crimes. Seis deles já estão presos e ainda há um suspeito foragido, de acordo com o delegado Luís Gustavo Timossi, responsável pela investigação do caso.
Casal morto por engano em Ponta Grossa
Conforme explica Timossi, dois homens se uniram para matar um homem que era vizinho do casal. Um dos bandidos chegou a monitorar o local do crime dias antes dos fatos.
A investigação apontou que um dos mandantes pretendia matar o desafeto por causa de ciúmes porque ele já teria mantido um relacionamento amoroso com sua atual companheira. O outro mandante queria se vingar de uma prisão realizada em 2019 que ele julgava ser culpa do vizinho do casal morto por engano.
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Ainda de acordo com o delegado, Luiz Arthur e Rubiane não tinham envolvimento com o mundo do crime.
Assassinos receberam valor menor por terem errado alvo
Na noite do crime, um dos mandantes esteve em uma conveniência no bairro Boa Vista e, com ajuda do dono do estabelecimento, contratou ao menos três bandidos para executarem o crime. A polícia também identificou um quarto homem que teria sido o executor do plano.
Um dos presos confessou a participação no plano para matar o vizinho do casal e disse que, originalmente, receberia R$ 1 mil pelo serviço. Como eles mataram as pessoas erradas, o pagamento foi reduzido para R$ 400 – a polícia acredita que todos os envolvidos tenham recebido esse valor.
Moto na casa do casal confundiu assassinos
Os quatro homens, então, seguiram até o local do crime em um Fiesta preto, que já foi apreendido, e encontraram a moto do alvo original na frente da residência do casal. O grupo se confundiu, invadiu o imóvel e executou o casal a tiros enquanto as vítimas dormiam.
Depois do crime, os autores voltaram para a loja de conveniência e foram informados pelos mandantes que o pagamento seria feito depois que a mídia divulgasse o assassinato do desafeto. Quando o erro foi constatado, o valor do pagamento foi reduzido e três suspeitos mudaram de estado para tentar dificultar a investigação.
Casal morto por engano em Ponta Grossa
De acordo com o delegado Luís Gustavo Timossi, as vítimas eram um casal jovem “que teve brutalmente seus sonhos e inspirações interrompidas pela torpeza de indivíduos que não possuem nenhum respeito pela vida humana”.
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“Na residência, chamou a atenção a existência de diversos materiais de estudo para o concurso de bombeiro na escrivaninha da vítima Luiz, que após ter iniciado uma vida conjugal recente com Rubiane, buscava melhores condições de vida para sua família”, destaca o delegado.
Todos os investigados foram indiciados pela prática de homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa, por motivo fútil e praticado com recurso que tornou impossível a defesa das vítimas.
Um dos investigados foi indiciado ainda por coação no curso do processo, pois ameaçou uma das testemunhas para evitar ser identificado. As penas pelo crime podem chegar a 60 anos de prisão.