O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) designou mais um juiz para acompanhar o processo do crime que ficou conhecido como Caso Daniel – o assassinato do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, ocorrido em 2018 em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Thiago Flores Carvalho foi designado pelo TJPR depois da desistência de quatro magistrados, que se declaram suspeito para julgar o processo alegando “foro íntimo”.
Os juízes têm a prerrogativa de declinar de casos conforme o Código de Processo Civil, que também estabelece que os magistrados não são obrigados a explicar os motivos que levaram a desistir de acompanhar determinados processos.
O crime aconteceu há cinco anos e sete réus aguardam julgamento, mas apenas dois deles continuam presos. Eles serão submetidos ao júri popular, mas ainda não há previsão para que os acusados do Caso Daniel sejam levados ao Tribunal do Júri.
Quatro juízes desistem do Caso Daniel
Thiago Flores Carvalho é o quinto juiz a assumir o caso desde a data do crime. O último a deixar o processo foi Guilherme Moraes Nieto, que alegou “motivos de foro íntimo” para declinar do caso apenas dois dias depois de ser designado.
Antes dele, também já tinham alegado o mesmo motivo para abandonar o processo os juízes Marcos Takao Toda, Luciani Regina Martins de Paula e Diego Paolo Barausse.
Caso Daniel aconteceu há mais de cinco anos
O jogador Daniel Corrêa de Freitas foi assassinado em 27 de outubro de 2018 em São José dos Pinhais. O corpo dele foi encontrado degolado numa área de matagal – o órgão genital dele foi decepado, segundo a polícia.
No dia do crime, o jogador participou da festa de aniversário de Allana Brittes em uma casa noturna de Curitiba e, em seguida, foi até um ‘after’ na casa da família Brittes.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), Daniel entrou no quarto de Cristina Brittes, que estava dormindo, e tirou fotos ao lado dela. As imagens foram enviadas em um grupo de amigos do jogador.
Do quintal da casa, Edson Brittes viu o jogador na janela do quarto e foi até o cômodo, onde passou a agredir Daniel ao lado de outros homens que participavam da festa – ele argumenta que a esposa foi estuprada pelo atleta.
Depois de ser brutalmente agredido, Daniel foi colocado em um carro e levado até uma área de mata. Ele foi mutilado e degolado no local e seu corpo foi encontrado horas depois.
Acusados do Caso Daniel
Dos sete réus do Caso Daniel, apenas Edson Brittes e Eduardo da Silva estão presos enquanto aguardam o julgamento.
- Edson responde por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e cinco vezes por coação no curso do processo.
- Eduardo da Silva por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
- David Volerro e Ygor King também respondem por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
- Cristiana Brittes por homicídio qualificado, fraude processual e corrupção de menor.
- Allana Brittes responde por coação de testemunhas, corrupção de menor e fraude processual.
- Evellyn Perusso foi denunciada por fraude processual.