Um empresário e uma advogada foram indiciados pelos crimes de tortura, extorsão e corrupção de menores. Os crimes foram praticados em 2021 em Curitiba contra um homem de 42 anos. O vídeo abaixo mostra as agressões sofridas pela vítima.
De acordo com a Polícia Civil, o casal foi alvo de mandados de busca e apreensão na semana passada, quando foram apreendidos documentos assinados pela vítima e máquinas de cartão que pertenciam a ela.
Conforme o relato da polícia, a vítima sofreu tortura física e psicológica e foi coagida a pagar mais de R$ 15 mil por, supostamente, não ter entregado balcões refrigerados em um posto de combustíveis do empresário, de 72 anos. Eles ainda forçaram a vítima a assinar documentos de confissões de dívidas, uma delas no valor de R$ 100 mil.
Os crimes cometidos pelo casal aconteceram no escritório de advocacia da mulher de 47 anos. O filho deles, que tinha 14 anos à época, teria presenciado todas as cenas de violência e também participava da tortura.
Vídeos da tortura ajudaram na investigação do caso
Segundo a Polícia Civil, a investigação desse caso começou no ano passado depois que um celular foi apreendido em uma operação que apurava adulteração em postos de combustíveis – armas de fogo também foram apreendidas naquela época.
Durante a perícia no aparelho, os agentes encontraram os vídeos da tortura e um inquérito policial foi instaurado para acompanhar o caso. Assista abaixo:
Conforme mostram as imagens divulgadas pela Polícia Civil, o empresário e a advogada suspeitos de tortura submeteram a vítima a cárcere privado. No local, eles quebraram a costela do homem, o agrediram com socos, chutes e cacetete e o ameaçaram de choque.
Além disso, eles também jogaram um líquido sobre a vítima, alegando ser etanol, e ameaçaram atear fogo nele caso não assinasse a nota promissória.
Filho de empresário participou das sessões de tortura
Ainda segundo a polícia, o adolescente filho do empresário também era incentivado a ameaçar e quebrar o braço da vítima, além de ser orientado a mexer no celular do homem para buscar algo de valor – o adolescente também tinha um punhal na cintura.
O empresário suspeito de tortura é dono de uma rede de postos de combustíveis e tem vários boletins de ocorrência relacionados a ameaças contra funcionários, alguns dos casos com o uso de arma de fogo, segundo a polícia.
“Apuramos ainda que existem 55 processos criminais contra o indivíduo, além de 15 inquéritos policiais, que ele costuma constranger os funcionários a assinarem documentos. Ele foi intimado diversas vezes e utiliza da condição de saúde para dificultar cumprimento das medidas legais”, afirma o delegado Cássio Conceição.
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Em uma das situações, o empresário e a mulher ainda teriam ameaçado policiais militares. O suspeito também é investigado por falsidade de atestado médico, uso de documento falso e fraude processual.
A polícia orienta que possíveis vítimas do casal busquem a unidade policial mais próxima para registrar um boletim de ocorrência.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela polícia para preservar a imagem do adolescente envolvido no caso.