Doze anos após o crime, os dois acusados pelo assassinato de Inês Aparecida da Silva Rodrigues, de 39 anos, irão a júri popular em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na quarta-feira (8).
Na época, o caso gerou grande repercussão porque os réus são suspeitos de invadir a casa da vítima e fazer justiça com as próprias mãos.
Cleomar Pipper, de 30 anos, e Emerson Dias, de 50, respondem por homicídio qualificado por motivo fútil pela morte de Inês e tentativa de homicídio contra o marido dela, Manoel da Silva.
O primeiro era dono de uma padaria que foi furtada e o segundo funcionário do estabelecimento. Ambos negam os crimes.
A acusação
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), o homicídio ocorreu em 2012, dias após o estabelecimento ter sido furtado. Moradores do bairro comentavam que um casal foi quem invadiu o comércio e os acusados teriam cometido o crime para se vingar.
Naquele ano, Inês e o marido trabalhavam como guardadores de carros e tinham a fama de realizar roubos e furtos pela região. Também conforme o processo, os dois eram usuários de drogas.
Inês foi morta com vários disparos de arma de fogo, dentro da residência em que vivia com o companheiro. Dois homens chegaram no local afirmando que eram da polícia e, na sequência, cometeram o homicídio, enquanto o marido da vítima fugiu pela janela, deixando a esposa sozinha na casa.
O advogado criminal Heitor Bender, que defende os réus, alega que a acusação é baseada exclusivamente no depoimento do viúvo de Inês, que prestou versões contraditórias e incoerentes com as demais provas do processo.
“Além disso, os investigadores desprezaram outras linhas de investigação importantes, visto que havia indícios que o autor do homicídio poderia ser o próprio marido da vítima, bem como outras notícias que davam conta que o crime estava relacionado com tráfico de drogas”, destaca Bender.
Defesa contesta versão de testemunha
“A versão dele é extremamente contraditória. Ora ele fala que ele abriu a porta e aconteceram os disparos, ora ele fala que os disparos foram através da porta, ora que a porta foi arrombada, ora foi a própria esposa quem abriu a porta, ora que sequer estava na residência”, aponta Bender.
Ainda, segundo o advogado criminalista, após Inês ser assassinada, o esposo da vítima saiu e quando retornou para o imóvel forneceu um nome falso à polícia para não ser preso, já que era foragido da Justiça.
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“Ele também não foi até a delegacia prestar depoimento e sumiu por cerca de três ou quatro meses, até ser preso pela Guarda Municipal de Pinhais”, explica o defensor.
Por fim, Bender destaca que o homem só passou a apontar a dupla como autora do assassinato após ele próprio ser preso pela polícia. “Ele nunca falou que foi o Elmo ou o Cleomar. Só que ele acabou preso e passou a acusar os meus clientes para garantir sua impunidade, pois ele mesmo era suspeito do crime”, diz.
Ao mesmo tempo, Cleomar alega que o furto à panificadora ocorreu durante a noite e não havia como saber quem invadiu seu comércio, ou seja, ele não tinha motivos para a retaliação.
Serviço: júri popular em Pinhais
- Dia: 08/03/2024
- Hora: 8h30
- Local: Fórum de Pinhais
- Endereço: rua Vinte e Dois de Abril, 199