A Justiça autorizou que a vereadora Maria Letícia Fagundes (PV) deixasse a prisão sem pagar fiança “em razão da condição financeira”. No entanto, dados que constam no Portal da Transparência mostram que ela recebe salários que, juntos, passam dos R$ 40 mil.
A vereadora foi presa em flagrante na noite do último sábado (25) suspeita de embriaguez ao volante e desacato após se envolver em um acidente de trânsito.
Ela se recusou a fazer o teste do bafômetro e, segundo os policiais que atenderam à ocorrência, tentou dar ‘carteirada’ para se livrar do flagrante.
Já durante a noite de domingo (26), o juiz de plantão Fernando Bardelli Silva Fischer concedeu a liberdade provisória à vereadora do PV. No documento, ele argumenta que “dispenso o pagamento de fiança em razão da condição financeira da investigada”.
Vereadora Maria Letícia: salários somam R$ 39 mil
Em consulta ao Portal da Transparência da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), é possível confirmar que o salário bruto que Maria Letícia recebe do Legislativo municipal é de R$ 19.617,82.
Além desse valor, a vereadora também recebe a aposentadoria como perita criminal. No Portal da Transparência do Governo do Paraná, consta que ela recebe R$ 20.415,91.
Somados, os dois valores chegam a R$ 40.033,73.
Além da decisão de liberar a vereadora da prisão sem o pagamento de fiança, o juiz também determinou a suspensão de sua carteira de habilitação e a presença dela em juízo a cada dois meses.
Vereadora diz ter doença neurológica
Em nota enviada à imprensa, a assessoria da vereadora Maria Letícia informou que a parlamentar “está em acompanhamento neurológico por neuromielite óptica (CID 10 G36.0) fazendo tratamento quimioterápico”.
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De acordo com o comunicado, “os fortes medicamentos usados para tratar a doença podem causar efeitos colaterais como sonolência, amnésia, dificuldade na fala e confusão mental”. A nota complementa que “o departamento jurídico, o Mandato e ela mesma continuam colaborando com as autoridades”.
No dia de sua prisão, Maria Letícia se recusou a fazer o teste do bafômetro e reagiu à prisão, conforme depoimento dos policiais.
A vereadora também prestou depoimento, mas não falou sobre as causas do acidente e também não explicou porque não fez o teste do bafômetro. Ela, no entanto, alega que houve excesso na abordagem dos policiais – ela foi algemada e colocada no camburão.