A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta segunda-feira (17) manter o juiz Eduardo Appio afastado dos processos da Operação Lava Jato, em Curitiba. Ele chefiava a 13ª Vara Federal na capital paranaense.
Appio foi afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em maio deste ano depois de ser acusado de ligar para o filho do desembargador Marcelo Malucelli. O filho dele, João Malucelli, é sócio do senador e ex-juiz Sergio Moro em um escritório de advocacia.
Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, considerou em sua decisão que a conduta de Appio foi grave e decidiu mantê-lo afastado da Lava Jato para não atrapalhar a investigação.
“A continuidade do magistrado investigado no exercício da atividade jurisdicional poderia atrapalhar a regular apuração de todo o ocorrido, como livre acesso aos sistemas de informática da Justiça Federal e a possibilidade de manipulação de dados essenciais à investigação, o que também constitui outro fundamento relevante para a manutenção do seu afastamento”, aponta o corregedor.
Eduardo Appio foi afastado da Lava Jato em maio
O afastamento de Eduardo Appio foi motivado por uma representação do desembargador Malucelli, que pediu para deixar a relatoria dos processos da Lava Jato depois que as relações pessoais com a família de Moro vieram à tona.
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Durante o processo no CNJ, a defesa de Appio argumentou que o juiz não pode ser ouvido antes do afastamento e defende que a ação seja conduzida pelo CNJ.