O vereador Roberto Leal (Progressistas), de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi acusado de um possível esquema de rachadinha. O caso tumultuou a sessão na Câmara de Vereadores na noite de terça-feira (14) (veja vídeo abaixo).
A denúncia contra o vereador foi feita por uma ex-funcionária, nomeada assessora de gabinete, em 2017. No entanto, o processo corria em sigilo desde 2019.
De acordo com a denúncia, a assessora era obrigada a repassar até R$ 1.500 por mês do próprio salário para o vereador.
“Ele fez na calculadora certinho tudo o que eu tinha que passar”,
disse a assessora.
Logo após o processo perder o sigilo, o prefeito de Campo Magro pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o vereador pelos crimes de rachadinha, lavagem de dinheiro, associação criminosa e ameaça a funcionário público.
Vereador teria movimentado mais de R$ 400 mil, diz denúncia
Além disso, a Polícia Civil pediu a quebra do sigilo bancário do vereador Roberto Leal. O Primeiro Impacto PR, da Rede Massa | SBT, apurou que no período da denúncia o político movimentou mais de R$ 400 mil na conta, sendo que seu salário é de aproximadamente R$ 5 mil.
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Na sessão plenária da última terça-feira (14), os vereadores votaram o pedido de abertura da CPI. No entanto, o regimento interno impede a ação, já que existem outras duas comissões parlamentares de inquérito em andamento.
Vereador diz ser vítima de ‘perseguição política’
Em nota enviada ao portal Massa News, o vereador Roberto Leal alega que é vítima de “severa perseguição política” que estaria ligada à recente mudança de partido.
Ele lembra que, em 2019, uma Comissão Especial da Câmara arquivou a denúncia de rachadinha por falta de provas e acusa o prefeito Cláudio Cezar Casagrande de persegui-lo. “Após deixar a base governista do prefeito e migrar para outro partido, o prefeito reapresentou na Câmara a mesma denúncia, já arquivada anteriormente”, alega.
“Não cometi nenhum crime. Enfrento essa perseguição de cabeça erguida, confiante de que os colegas vereadores conduzirão o processo de maneira justa e que o Ministério Público distinguirá entre aqueles que trabalham corretamente e os que não”
vereador Roberto Leal.
O vereador acusado de rachadinha também lembra que o MPPR abriu um inquérito civil e uma Ação de Apuração de Ato de Improbidade Administrativa. “Estou me defendendo nesta ação, que está na fase de produção de provas, conforme o princípio constitucional da presunção de inocência”, explica.