Quem tem medo do “eu te amo”? Entre os casais brasileiros, aparentemente, quase ninguém. Pelo menos é o que entrevistados de todo o país confidenciaram à Preply, plataforma de idiomas que, recentemente, buscou desvendar a linguagem do amor dentro dos relacionamentos amorosos de Norte a Sul.
À especialista, quase 70% dos respondentes foram enfáticos: ou se declaram todos os dias ou dizem que amam seus parceiros e parceiras regularmente, também demonstrando o sentimento de outras maneiras. “Amor”, “vida” e “bebê” são os apelidos mais usados pelos internautas questionados no levantamento.
Para descobrir qual o “idioma emocional” oficial do Brasil, no último mês, 700 pessoas das cinco regiões nacionais compartilharam de que formas comunicam o amor no dia a dia, os termos que fazem parte do vocabulário dos casais e as palavras mais românticas da nossa língua.
Além da frequência com que falam “eu te amo”, eles ainda puderam revelar os idiomas que fazem o coração bater mais forte.
Você pode ver o levantamento completo da Preply no site oficial da empresa.
Quando dizer “eu te amo”? Sempre!
Embora não exista frequência certa para dizer que se ama o próprio parceiro, a maior parte dos entrevistados tenderam a concordar que, em um relacionamento amoroso, o “eu te amo” deve fazer parte da rotina do casal.
Não por acaso, quase 70% dos respondentes relataram se declarar todos os dias (35%) ou com regularidade (32%), mesmo entre aqueles que preferem demonstrar o sentimento de outras maneiras.
Os mais reservados, por sua vez, se dividem entre quem prefere falar “eu te amo” em ocasiões especiais (19%), como durante surpresas românticas ou aniversários de namoro, bem como as pessoas que afirmaram quase nunca dizer tais palavras (11%) por terem certa dificuldade.
Tempo de qualidade como base do amor
Nem ganhar presentes, nem receber elogios. Quando o assunto é a linguagem afetiva dos brasileiros, eis a forma como eles disseram se sentir mais amados: nos momentos em que seus parceiros lhes dedicam tempo de qualidade (32%), estando presentes de corpo e alma durante as ocasiões a dois.
Sabe aquele jantar sem distrações, passeio ao ar livre ou noite de jogos em que não há espaço para as preocupações do dia a dia? É exatamente isso o que indicaram esperar nossos entrevistados, fãs de uma companhia bem desfrutada.
Na comparação com as demais linguagens do amor descritas pelo terapeuta Gary Chapman, que identificou as cinco expressões amorosas mais comuns entre as pessoas, ainda apareceram aqueles que se veem valorizados diante de palavras de afirmação (elogios, encorajamentos verbais) (25%), afetos via proximidade física (20%) e atos de serviço (13%) — ou seja, ações práticas como uma ajuda na rotina doméstica ou em tarefas pessoais.
E quanto à demonstração afetiva por meio dos presentes? Aparentemente, essa não é uma maneira de expressar o amor tão chamativa para os brasileiros. Prova disso é o fato de que, no levantamento, menos de 10% dos respondentes afirmaram se sentir amados quando presenteados por alguém, valorizando muito mais o esforço de seus parceiros para além do material.
“Mozão”, “vida” e “bebê” são os apelidos de casal favoritos no Brasil
Se existe algo que resume bem o carinho dentro de uma relação amorosa em qualquer lugar do mundo são os apelidos românticos, capazes até mesmo de reaproximar os “pombinhos” depois de uma briga daquelas.
Do engraçado ao mais fofo, opções não faltam dentro do nosso português, que conta com expressões inusitadas e quase intraduzíveis como “meu pitico” ou “minha tchutchuca”.
Em meio a tantos termos carinhosos, descobrimos que os brasileiros possuem os seus favoritos. Esse é o caso da própria palavra “amor”, utilizada como vocativo (“oi, meu amor!” ou “te amo, amor”) por parte de 85% dos respondentes.
Também acompanham a expressão mais usada pelos casais todos os seus derivados: “mozão”, “mozin”, “mô” e “momô”, por exemplo.
Transmitindo a sensação de que tais parceiros são de fato essenciais, o segundo lugar do pódio de apelidos fofos preferidos é ocupado pela palavra “vida” (20%), que ainda compartilha o topo da lista de termos mais usados com “bebê” (16%), “meu bem” (15%) e “querido” ou “querida” (15%) — as duas últimas também utilizadas como apelidos para amigos ou demais pessoas próximas.
“É uma tendência profundamente humana e inata adaptar criativamente a linguagem de acordo com nossas necessidades e é assim que os apelidos se desenvolvem. Oferecer apelidos carinhosos cativantes um ao outro é um momento breve, mas significativo, que promove e solidifica os relacionamentos, pois aumenta o sentimento de pertencimento”, comenta Sylvia Johnson, líder de Metodologia da Preply.
Estas são as palavras mais românticas da língua portuguesa
Para além dos apelidos de casal, pedimos que os brasileiros indicassem quais seriam, em suas opiniões, as palavras mais românticas de toda a língua portuguesa. Assim como a palavra “amor”, escolhida por mais de 80% das pessoas, foram elencadas “paixão” (42,5%), “carinho” (41%), “coração” (39%), “respeito” (34%) e “romance” (33%).
Houve ainda quem tenha relacionado o adjetivo a escolhas menos evidentes, tais quais “doçura” (16%), “chamego” (21%) e, ainda, uma palavrinha muito conhecida particularmente na região Nordeste do país: “xodó” (14%), empregada para se referir a alguém pra lá de especial.
Francês, a língua do amor
Com mais de 7 mil línguas faladas ao redor do planeta, é de se imaginar que a batalha pelo título de “idioma mais romântico do mundo” seja acirrada, certo? Errado. Isso porque, conforme mostram nossos resultados, seis em cada dez brasileiros entrevistados elegeram o francês (60%) como a opção queridinha no quesito romance, à frente inclusive do próprio português. De toda maneira, a língua falada no Brasil não ficou para trás, encabeçando o segundo lugar da lista (56%).
Complementam o TOP 5 idiomas mais românticos o italiano (40%), espanhol (35,5%) e inglês (23%), com destaques para os mais falados no continente asiático.
“Como raramente desassociamos nossas impressões sobre um idioma de certos estereótipos e imaginários populares, é possível dizer que muito da ‘aura romântica’ da língua francesa decorre da própria visão que temos da França, com costumes e locais considerados românticos não apenas no Brasil”, conclui a líder de Metodologia da plataforma.
Metodologia
De 6 a 13 de junho de 2023, foram entrevistados 700 brasileiros de todas as regiões do país no intuito de compreender o que podemos chamar de “linguagens do amor”.
Para tal, os respondentes responderam a cinco diferentes questões, todas elas envolvendo a relação entre comunicação, idiomas e relacionamentos amorosos. O índice de confiabilidade foi de 95%, e a margem de erro foi de 3,3 pontos percentuais.