Cafeína equivalente a três xícaras de café, taurina, açúcar ou adoçante. Essa é a composição básica do energético, bebida que estimula o metabolismo e dá mais energia ao corpo. A absorção é rápida, mas o efeito dura pouco: cerca de uma hora após o consumo. Tem gente que não vive sem, tem quem evite. Mas será que tomar energético faz mal?
Quem tem o hábito de consumir a bebida já sabe que ela, de fato, tem efeitos rápidos no organismo, mas tomar energético com frequência pode trazer problemas, de acordo com o cardiologista Francisco Pupo Neto.
Ele conta que o estímulo químico ao sistema nervoso central ajuda a manter a performance elevada na vida pessoal e profissional, mas o exagero oferece riscos à saúde.
“O excesso de energético pode causar hipertensão, distúrbios no ritmo cardíaco e tudo isso pode levar a problemas mais sérios e, em último caso, a infarto e AVC [acidente vascular cerebral]”, pontua.
Pode misturar energético e álcool?
No entanto, tomar energético de forma moderada não faz mal, desde que o consumidor tenha mais de 18 anos, não tenha problemas cardíacos e nem de ansiedade ou síndrome do pânico – e também, caso não haja álcool envolvido.
“Como médico, falo para não misturar álcool e energético porque nós temos três substâncias altamente estimulantes: álcool, cafeína e taurina, além da própria glicose”, explica.
“O cérebro vai te pedir para usar mais, porque você começa a usar e traz animação por um período, mas isso em excesso vai fazer mal para o seu coração, para o sistema vascular e para o sistema nervoso central”, esclarece.
Tomar energético faz mal?
O energético é gaseificado e pode ser encontrado em vários sabores. Surgiu na Tailandia, se popularizou na Europa na década de 1980 consumida em baladas, shows e eventos esportivos.
Hoje, muita gente toma energético para diminuir a sensação de cansaço depois de longas horas de estudo, trabalho ou diversão. Para quem tem esse hábito, comum entre os mais jovens, outra forma de consumo é em drinks.
Mas nem mesmo quem trabalha no preparo dessas bebidas aconselha misturar energético com álcool. O bartender Jean Charles é especialista no preparo de gin com energético, mas não recomenda o consumo excessivo desse tipo de drink.
“A bebida doce mascara o sabor do álcool, e com isso o consumo é muito maior. Quanto mais jovem, mais eufórico você é e mais você consome, principalmente agora nessa época de festas de fim de ano até o Carnaval”, orienta o profissional.