Diagnóstico precoce pode evitar sequelas graves da “doença do beijo”

No início de dezembro, durante o lançamento do documentário Eu, de Ludmila Dayer, que trata a relação da atriz com a luta contra a esclerose múltipla, a cantora Anitta revelou que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, conhecido como causador da “doença do beijo”.

Foto: Pixabay

A cantora recebeu há alguns meses o diagnóstico e decidiu tornar o assunto público para conscientizar mais pessoas sobre o problema. Epstein–Barr é um vírus da família do herpes, cuja infecção ocorre por meio da transferência oral pela saliva – normalmente, no beijo, mas também pelo contato com objetos contaminados usados pela pessoa portadora do vírus ou pela transfusão de sangue. 

Ele invade as células do nariz e da garganta, causando uma doença que afeta os glóbulos brancos (células da defesa do organismo). Os principais sintomas da infecção são dor de garganta e de cabeça, tosse, inchaço nos gânglios e perda de apetite. Também pode haver fadiga, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. Os primeiros sintomas podem se manifestar em torno de 45 dias após o contato com o vírus. 

A maior predominância do Epstein–Barr ocorre em crianças mas quando se manifesta durante a adolescência ou na juventude, entre 15 e 30 anos, provoca a doença – mononucleose.

Vírus pode desencadear esclerose múltipla e outras doenças autoimunes 

O mais preocupante, é que o vírus também pode desencadear outras doenças e a esclerose múltipla é uma delas. Outras doenças autoimunes como Lúpus eritematoso, artrite reumatóide, diabetes e até mesmo determinadas formas de câncer, como o Linfoma de Hodgkin, Linfoma de Burkitt e o carcinoma da nasofaringe, por exemplo, também podem ser desencadeadas ou avançar pelo estímulo do vírus no organismo. 

No lançamento do documentário, a atriz Ludmila Dayer explicou que o vírus Epstein-Barr foi o responsável pelo desenvolvimento da esclerose múltipla com a qual ela vem lidando há alguns anos. A doença crônica, em que o sistema imunológico agride a bainha de mielina que recobre os neurônios, comprometendo a função do sistema nervoso. 

A relação entre o vírus e a esclerose é estudada há anos pelos cientistas. “A evidência ainda é escassa. E não dá pra dizer que esse vírus necessariamente causou ou causa a esclerose múltipla”, esclareceu o infectologista André Bon ao jornal Diário de Pernambuco. 

Segundo o Ministério da Saúde, a infecção viral por EBV e a esclerose múltipla não possuem relação direta. A mononucleose aumenta o risco de EM em pacientes que já têm predisposição a doenças autoimunes e que a associação entre mononucleose aumenta o estigma de pessoas diagnosticadas com EM por ser uma doença não contagiosa.

Entretanto, em janeiro deste ano, um estudo feito por cientistas da Universidade Harvard forneceu uma evidência mais forte sobre essa relação até o momento. A pesquisa foi feita com mais de 10 milhões de militares e mostrou que praticamente todos os casos de esclerose aconteceram após uma infecção pelo vírus, o que torna a infecção pelo Epstein-Barr uma das hipóteses estudadas.

Diagnóstico precoce pode evitar sequelas 

O diagnóstico da infecção por EBV pode ser feito a partir de exames clínicos e moleculares, como o realizado no laboratório ID8 – Inovação em Diagnóstico, focado no diagnóstico molecular. O laboratório realiza os testes e entrega os resultados, com bastante precisão, em poucas horas após o recebimento da amostra.

De acordo com Lisandra Maba, doutora em Genética e responsável pela Assessoria Científica do ID8, pelos sintomas serem normalmente comuns, o diagnóstico precoce é uma das formas de auxiliar no tratamento e, com isso, evitar possíveis sequelas. “Como vários sintomas dessa patologia são comuns em outras infecções, o diagnóstico laboratorial assertivo é de extrema importância. Existe um elevado número de pessoas que só descobrem a doença quando se torna crônica ou quando há complicações decorrentes do vírus. Ainda, alguns dados da literatura relacionam o EBV a um possível potencial oncogênico, já tendo sido relacionado a casos de Linfoma de Hodgkin”, explica. 

O exame que o ID8 oferece para detectar a doença é o Vírus Epstein-Barr (EBV – detecção e quantificação). É coletada uma amostra de sangue e não há necessidade de nenhum preparo e jejum por parte do paciente. Em até 24 horas, o resultado está em mãos. 

Depois que a pessoa é infectada pelo Epstein-Barr, ela passa a ser portadora dele por toda a vida. A doença não tem cura. Passada a infecção, o vírus se torna latente no corpo do paciente, podendo ser reativado em alguns casos, especialmente, quando a imunidade diminui. Se houver qualquer tipo de sintomas mais graves, procure um médico de sua confiança ou o pronto-atendimento e realize os exames necessários para detectar a doença ainda no início. 

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