Gerenciar o tempo de maneira efetiva é a chave para uma rotina mais leve e produtiva, aponta psicoterapeuta

A pandemia trouxe para as nossas vidas o home office. E, ao que tudo indica, mesmo com o fim do estado de emergência sanitária anunciado pelo Ministério da Saúde, o trabalho em formato híbrido ou remoto veio para ficar. De acordo com um levantamento realizado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA), 78% das pessoas têm a intenção de se manter trabalhando em casa mesmo após a pandemia. Porém, uma das grandes dificuldades está em definir e se adaptar a uma rotina, gerindo o tempo de forma eficaz.

foto: Adobe Stock

“Nós vivemos e crescemos cumprindo horários externos, o horário do trabalho, o horário da escola. Sempre a critério de algo, sempre a serviço daquilo que está fora da gente. Então, fomos moldando nossa vida e nossa rotina a partir daquilo que é exigido externamente. E quando a gente olha para dentro, percebemos que não somos capazes de gerenciar o nosso próprio tempo e isso se tornou muito evidente nessa pandemia”, comenta Andressa Fornazier, psicoterapeuta e mentora de Gestão do tempo da Naomm, da Naomm, plataforma que reúne terapeutas qualificados e licenciados em PICs – Práticas Integrativas e Complementares.

A dificuldade em criar uma rotina funcional diante do desafio de transformar algum cômodo da casa em um escritório por tempo indeterminado, fez com que muitos repensassem até mesmo sobre suas próprias carreiras durante o isolamento social. Prova disso é a pesquisa global realizada pela Pearson, que apontou que 76% dos brasileiros afirmaram que o novo coronavírus mudou a percepção quanto às suas trajetórias profissionais.

Para Andressa, antes de qualquer mudança é necessário uma avaliação mais profunda e o processo terapêutico pode ajudar com essa questão. “É preciso olhar caso a caso, entender quem é você, como está sua vida hoje e o que você quer construir daqui para frente. Muitas vezes, uma pessoa pode chegar e dizer que não gosta do seu trabalho, que quer empreender ou quer ser livre. Mas, quando começamos a destrinchar a história dessa pessoa, o que ela não gosta é de como ela está lidando com tudo isso. Ela não sabe lidar com a chefia, com os colegas, tem questões emocionais a trabalhar para conseguir olhar para esse universo do mundo corporativo, se ajustar, encontrar o eixo central e no papel que ela exerce. Dentro do processo terapêutico, é possível encontrar um novo caminho”, explica a terapeuta.  

O método de criar uma rotina amiga, leve e produtiva começa a partir do estabelecimento de prioridades, com clareza do que realmente é necessário finalizar. Isso também pode ajudar os profissionais a lidarem melhor com questões emocionais, como a ansiedade, por exemplo. O foco deve estar sempre em manter o equilíbrio no dia a dia, cuidando com equilíbrio da tríade do corpo, espírito e da mente.  

“Quando uma pessoa chega a um processo terapêutico, conseguimos identificar como tirar o melhor dessa pessoa. As pessoas associam a rotina a uma prisão, a uma coisa engessada, algo não flexível. Porém, não ter rotina também é uma rotina. E, no fundo, a real liberdade está totalmente associada ao nosso dever cumprido. Porque quando a gente cumpre o nosso dever, tanto no trabalho quanto em casa, começamos a experimentar uma satisfação ao final do dia”, afirma Andressa.

Para ajudar a dar os primeiros passos rumo a uma gestão mais efetiva da rotina, a psicoterapeuta da Naomm separou algumas dicas imprescindíveis. Confira!

1. Tomar consciência de que não está bom e agir em prol da mudança

Muitas pessoas, ao invés de agir para transformar sua realidade, acabam se rendendo a reclamações, seja em relação ao trabalho ou a vida pessoal, o que acaba atrasando o processo de mudança. “Reclamar é clamar amor pelo problema. Por isso, precisamos sair desse lugar e começar a agir. Aceitar que a sua realidade não está de acordo com o que você deseja viver e se perguntar, o que você quer construir enquanto pessoa?”, destaca a psicoterapeuta.

2. Começar a relacionar as atividades em um papel

Desenvolver uma lista com os afazeres do dia nos ajuda a entender o que é prioridade dentre as ações desenvolvidas e o que você pode delegar para outra pessoa ou não, fazendo com que sua rotina se torne mais produtiva e organizada. De acordo com Andressa, se uma pessoa identificar na rotina apenas situações urgentes, os chamados incêndios, significa que ela está sendo totalmente irresponsável na rotina, porque não está dando prioridade ao que importa.  Colocar no papel todas as tarefas da semana pode nos ajudar a entender o que de fato é importante a ser feito em cada dia da semana, transformando assim o que era problema em soluções.

3. Reestruturar a sua rotina de acordo com o que funciona para você

Após essa autoavaliação, é hora de pensar que tipo de rotina de trabalho funciona para você, se é algo mais flexível, mesclando com afazeres domésticos e/ou atividade física, ou se é um horário de trabalho fixo. “A partir dos primeiros dois pontos, é necessário estruturar uma metodologia que funcione para você de acordo com as suas necessidades. Cada pessoa vai encontrar seu jeitinho e, se caso não encontrar, talvez esteja na hora de buscar ajuda profissional para isso”, finaliza a terapeuta.

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