Gula: compulsão alimentar é doença e precisa de tratamento

Comer compulsivamente, sem pensar muito no que está fazendo, e mastigar pouco o alimento são características da Gula. Conhecida como um dos sete pecados capitais, a gula tem até um dia dedicado a ela no calendário: 26 de janeiro.


Segundo o médico nutrólogo e coordenador clínico da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Cláudio Barbosa, essa data é importante para conscientizar a população sobre o tema. “Conhecida também como gastrimagia, a gula é um dos sintomas que se enquadram dentro dos transtornos obsessivos compulsivos, em que a pessoa não tem o comando sobre que está fazendo. Ou seja, o paciente tem um movimento repetitivo e que lhe escapa ao controle, ingerindo uma quantidade exagerada de alimentos e, portanto, de calorias”, explica.

Em outras palavras, o médico acredita que a gula traz um desiquilíbrio físico e psíquico, que pode evoluir para complicações mais sérias com o passar do tempo. “Ela pode se relacionar à ansiedade generalizada, depressão ansiosa, transtornos bipolares, transtornos obsessivo-compulsivos e maníaco-depressivos, expressamente na fase maníaca ou hipomaníaca, em que a pessoa come exageradamente”, explica.

Cláudio Barbosa acredita que uma das maneiras de controlar a ingestão exagerada dos alimentos é mastigar adequadamente.

“Vários estudos comprovam que a mastigação libera sinalizadores periféricos que agem no centro da fome cerebral. Portanto, mastigar muito e comer lentamente ajuda a emagrecer por controlar a quantidade de alimento ingerida. Mas não é só o mastigar em si. É importante destacar que a relação para com os alimentos deve ser saudável. Ou seja, precisamos afastar os pensamentos disfuncionais da nossa mente e pensar que comemos porque merecemos. Comer é muito mais do que triturar e deglutir os alimentos, por isso é importante fazê-lo de maneira concentrada. Esse ato deve ser realizado com prazer, sem pressa, sem culpa, sem medo de engordar e não para compensar algo que nos faltou ou nos aconteceu. Nesse sentido, ele precisa ser ressignificado. Vale ressaltar que a pandemia aumentou nitidamente os casos e sintomas de comer compulsivamente. Entretanto, a mastigação pode ser uma grande aliada nas terapias nutrológicas”, finaliza o nutrólogo Cláudio Barbosa.

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